Ela

Ela esta em uma fase da vida a qual tem amado o seu cabelo bagunçado,anda descalço sem se preocupar em pegar um resfriado, de cara limpa sem se preocupar com aquela espinha nova em seu rosto, ela caminha bem cedinho entre as prateleiras da sua biblioteca preferida sem que ninguém a veja passar, fecha os olhos no escuro enquanto ouve a orquestra tocar e senti com profundeza cada nota a soar...

Andou pesquisando se isso era loucura para alguém que era tipicamente correta, e descobriu que reinventar se não e virar algo diferente do que se é, é descobrir em sua mente o seu melhor “eu” para explorar todo o seu potencial único, e encontrar sentido no que antes era abstrato, amor no que antes era sombrio, oportunidade no que era crise, sucesso no que um dia foi fracasso...

Ela se deu uma nova oportunidade, ao olhar por outro ângulo que não conseguia ver, pois gosta como os outros a veem, e faze -la acreditar em seu potencial para vencer o seu maior inimigo: a solidão.

Difícil para muitos entender, para alguém que fingia ser forte e madura o suficiente, que sabia se portar em qualquer obstáculo que a vida lhe dava, que sustentava um sorriso para não demonstrar as claras o quanto estava ferida por dentro, e o quanto as palavras a machucavam.

Tentou recomeçar de diversas formas, voltou as origens, rabiscou tantos versos procurando descrever tudo que já não cabia em seu peito. Da montanha ela avistou aquela imagem, tudo parecia intacto, pouco a pouco sentia a adrenalina, o coração disparado, as mãos geladas se contorcendo, o seu pôr do sol....ah aquele era o seu pôr!

Uma música soou aos fundos, a brisa do vento carregando pequenas gotículas de água que pairavam em seu rosto com toque suave, fechou os olhos e se lembrou como era bom aquela liberdade de quando era criança e vivenciava as paixões mais intensas e inesquecíveis, ela só fingia que esquecia, mas na verdade estavam todas em suas lembranças. E hoje ela canta em seus pensamentos obrigada por despertar o melhor de mim que estava adormecido.