Dizeres de um mísero coração embriagado pela paixão

Incontaveis vezes olhei para o céu, perguntando ao ser divino quando é que ia cair a chuva encantada na minha aura. Invejado e enciumado, meu coração ficava ao contemplar os afagos coloridos que eram respirados pelo azul celeste na presença da lua apaixonada que beijava os lábios celestes no inverno do Junho. Meus olhos palpitavam azedos vocábulos e perguntas abraçavam meu coração: será que há uma musa prometida aos meus suspiros ferventes? Será que estou condenado a namorar a solidão e beijar o vento no calor d'inverno? A ansiedade roubava aos bocados o meu eu como qualquer câncer que destrói as células de um organismo vivente.

Senti que o tempo fugia das minhas mãos, esperando pelos minutos e séculos que trouxessem os bocados teus que desvaneciam com os ventos frescos, soníferos de corações turbulentos. Meus olhos conheceram mil vaidades quando a esplendorosa beleza do teu ser conheceram, febres me invadiram o âmago despertando empoeiradas ilusões que viviam nos confins da minha lareira que tinha perdido a chama do calor brilhante; pulgas nasceram no meu estômago e as tímidas palavras presas na minha boca decidiram afagar o teu ego, mas o vazio do meu discurso se fez presente. Pude sentir a fraqueza abraçar minhas pernas e a lareira produzindo descontroladamente a combustão inflamável quando nossos olhos se amaram desatentoradamente.

O sol deflorava-se na laranja dos meus escuros berlindes reluzentes... cheguei em casa e te desatei do embrulho dos meus pensamentos, de costas e aconchegado na nuvem artificial olhei as ondas formadas pelo céu do meu refúgio e perguntei a ninguém: Como ela se chama? Comecei a inventar nomes para baptizar tua beleza: Neusa, Nilza, Neide, Nélia, Natália, Naomi, etc procurei múltiplos substantivos que começassem o grafema "N", pois cogitei que a tua fisionomia carregava qualquer substantivo que começasse com "N". Desisti de ti procurar nas quimeras substantivas e fui te encontrar na noite que coloriu minha realidade transcendental. Pincelei o sorriso teu nas encruzilhadas dos meus labirintos e dei-me aos braços do sono ansioso por te materializar no dia seguinte.

Acordei com um florido e cândido sorrir reluzindo no meu rosto, os pensamentos estavam impacientes aguardando pelo cruzamento de 12 e 10 no relógio para meus pés aterrarem no solo académico e meus olhos perderem-se na tua lindaleza escultura. Mais uma vez senti sensações estranhas invadirem o meu íntimo quando o lilás dos teus beiços meus olhos contemplaram. - Estás apaixonado rapaz! A mente não tardou em mim confessar. Olhei ao redor e tudo respirava o vermelho ardente até a blusa que usavas reflectia o vermelho no universo dos meus olhos. - De facto estou apaixonado! Concordei inocentemente e a curiosidade em conhecer a tua graça embriagou minha consciência. Edna Queco, esse nome seduziu meus ouvidos quando tua voz ganhou vida em meio a balbúrdia discursiva do vento. Meu coração rejuvenesceu nascendo em sonhos baptizados pelo teu nome, meus olhos procuram por ti na ausência do teu corpo, febres azedos invadem meu coração quando abutres cercam tua aura, meus olhos brilham quando teu sorriso reluz em minh'aura... minha ânsia é conhecer o caminho para repousar no teu coração e nele construir uma cabana amorosa eternamente. Podes me indicar o caminho para chegar ao meu destino?

Fingidor Poeta
Enviado por Fingidor Poeta em 18/05/2018
Código do texto: T6339926
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