Depressividade

Naquela madrugada observei o céu, junto do esplendor gélido da lua crescente e do brilho frio de estrelas que talvez não estivessem mais ali, minha mente sempre estava presa ao passado, enquanto o futuro me dava medo, voltei para o meu quarto, o meu refúgio e ao mesmo tempo a minha prisão.

Eu me mantive confinado ali, quando o pânico me dominava, me mantive ali quando a ansiedade não me deixava sair.

Me tornei refém de mim mesmo, não tinha vontade de varrer ou limpar, o lixo acumulado nos cantos eram o monumento dedicado ao meu declínio, minhas roupas estavam velhas, e tudo o que eu tinha pra me alegrar eram 3 cervejas na geladeira.

Aos poucos pude perceber que matei algo em mim, ou algo estava em estado de necrose.

Se as cervejas fossem uma dose de felicidade, eu estava economizando aos poucos.

Acho que é assim que acontece quando uma pessoa está com os dias contados, economizando as sementes de vida aos poucos e aos poucos vejo acabar.

Carlos Igor (SrWarlock)
Enviado por Carlos Igor (SrWarlock) em 21/05/2018
Reeditado em 22/05/2018
Código do texto: T6343002
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