Uma carta para quem quiser ler.

Lembro-me daqueles dias de verão. Os raios de sol que insistiam em iluminar a janela de meu quarto, faziam-me despertar lentamente de meu sono calmo e profundo. Lembro-me do calor dos dias ensolarados que penetrava em minha pele e me mantinha aquecida por um bom tempo. Lembro-me o quão bom era sentir-me viva como uma criança alegre, solta a brincar sem parar no jardim de verdes gramas.

Lembro-me do céu azul das tardes de domingo que mais parecia uma pintura feito a dedo, embelezando a vida de quem parava para olhar. Olhar para aquele céu era como encontrar o paraíso em meio ao caos da realidade.

Lembro-me também das noites puras de segunda, onde sem maldade, famílias e enamorados passeavam pela rua enquanto crianças brincavam na praça. Em frente as casas, senhoras e senhores permaneciam sentados em suas cadeiras para prozearem, admirarem a beleza e todos os mistérios que aquela noite poderia nos proporcionar.

Lembro-me também dos dias de inverno que por mais melancólicos que fossem, nos traziam uma tranquilidade em saber que ele poderia permanecer por mais tempo e nos trazer algo novo e bom. No fim ele sempre trazia. Trazia o prazer de sentir o vento gelado em nossos rostos, sentir novamente o arrepio em nossas peles. A chuva que caía calma em nossos telhados nos presenteava com uma doce sinfonia, sinfonia essa que nos alertava que o melhor ainda estava por vir e que nem sempre irá chover em nossos telhados. Pois bem, eu acredito nisso.

Lembro-me dos cantos dos pássaros que após uma noite em claro, eu escutava juntamente olhando para a janela, vendo o sol que estava a nascer, nos anunciando um novo dia. Lembro-me da sensação em minha pele naquele momento, uma sensação fria do tempo e quente do momento em que encontrava-se a minha alma, que queimava como se eu fosse uma eterna enamorada.

Lembro-me de todas as canções cantadas sozinha pensando no bem. Lembro-me dos momentos felizes e de todos os dias onde eu pensava que a felicidade nunca acabaria. Ah, mas que tolice a minha! A felicidade nunca é eterna.

Assim como o inverno e o verão, os nossos sentimentos de tristeza e felicidade, iniciam e fecham o seu ciclo. Mas agora eu sei muito bem que eu posso fazer com que esses dias de verão dure mais tempo em mim. Assim eu poderei florescer um jardim lindo, onde eu regarei e cuidarei das flores. Fazendo o meu interior dar frutos para o meu próximo, e com isso, fazer com que as coisas boas permaneçam.