Dedos ciganos

Seus dedos ciganos

Que percorrem e viajam por todo meu corpo

São os mesmos dedos que te dedilham

Que saltitam pelas cordas de sua viola

E são os mesmos dedos

Que me fazem gozar e cair no abismo íntimo do seu ser

Mergulho no teu fundo

Abrimos portais

E o cheiro do teu sexo impregna em meu rosto todo

Nossos sexos se esfregam

Saem faíscas de nós

Nossas almas se enroscam

Nos cobrem de espuma de pedra de mar de chão de nuvem

São corpos que conversam moléculas que se atraem química que flui canção que se ouve reconhecimento mútuo de almas soltas e livres

É uma mesma poesia dividida em dois corpos distintos

Corpos que conversam

Se comunicam entre si e se entende

Entende sem verbo e sem dúvida

Dois corpos distintos

Que se tornam um

Numa simbiose transcendente e evolutiva

Teus fragmentos soltos grudados em minhas entranhas

Tudo que me ha de mais visceral ja não pertence só a mim

Te dou pedaços do meu universo

E te presenteio com estrelas cadentes

Que percorrem céus inteiro

Cheio de desejos a serem cumpridos

Essa voz que engasga é a mesma que se abre em segredo e de hora em outra vez em sempre canta pro mundo o que ele é

Em melodia inventa um novo outro mundo

Onde moras tu

Onde gosto de estar

Nessa sua morada. Que me faz também

Morada.

Gosto de morar em ti, nena

Lírio Gita
Enviado por Lírio Gita em 19/08/2018
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