Caro amigo,

Caro amigo,

Se soubesse das pedras que coloco em minha frente sempre ao pensar em lhe escrever, me compreenderia. É claro, não busco me justificar, até porquê se ousasse rolaria com versos e versos ladeira à baixo para um além que jaz no desconhecido. Por fim, te escrevo. Escrevo como ultima opção e único meio. Não queria ser sincera logo nas primeiras linhas, mas minha ânsia do pensar me escapa e nem penso em segurar, apenas deixo. Gosto disso. Como se escorregasse e não houvesse como segurar, um possível drama e trama, mas inverto ao não querer segurar, uma ação no próprio ato de não agir. Talvez uma rebeldia, mas que seja.

Não sei o que esperar desse monólogo , sinto-me numa tentativa de ousar como Bizet com sua Carmem enquanto me sinto Wagner com tudo ao qual nem me lembro - talvez o nada. Enquanto escrevo rompo comigo mesmo da tentativa de liberdade e expressão. Entretanto, como uma boa novidade, pensei ainda hoje sobre um gravador de voz para silenciar meus anseios que contigo não encontro. Acredito que isso ocorra porquê pelas palavras escritas ainda não me sinto liberta, a compreensão é unicamente por um meio ao qual precisa ser claro enquanto carrega minhas confusões, essas as quais são peneiradas logo em seu inicio. Dou muita importância à gesticulação e a liberdade de correr sem freio qualquer, e por mais que a gesticulação não seria um meio a mais para você, meu caro amigo, entender o que penso, seria à mim, caso pergunte a quem, que manteria o pensar estável e consequentemente te afetaria - como dois humanos numa cajada só.

Já exausta, encerro o monólogo e com isso espero não te entristecer com todo o papo que furei.

Abraços.

EYork
Enviado por EYork em 03/09/2018
Reeditado em 03/09/2018
Código do texto: T6438694
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