Carta ao velho Eu.
Aqui estou eu, em casa, solitário, num dia de sábado.
Estou bem? De uma forma genérica, sim. Porém
algo está me deixando inquieto, ansioso... No
momento em que acesso às redes sociais (Instagram,
Whatsapp), tudo muda.
Eu entro num mundo que estar em casa é sinônimo
de tristeza, estudar é fracasso, assistir a um filme num
sábado é estar solitário. Eu me deparo com o outro,
o outro que me aceita e que me diz que eu só posso
aceitar a mim mesmo quando ele (o Outro) me aceitar
primeiro.
Há 10 minutos (antes de ativar os meus dados móveis), eu estava suave, relaxado e com vontade de ficar
na minha casinha assistindo a um filme e comendo
alguma besteira. Agora eu estou me arrumando, colocando uma roupa legal e um perfume legal para tomar umas cervejas geladas e gastar o pouco de dinheiro que me resta. Não consigo mais imaginar ou ter noção de como eu estaria se não tivesse acessado à internet, mas de uma coisa eu tenho certeza, agora, nesse momento, se eu cancelasse a saída com meus amigos para continuar com meu evento original caseiro, eu seria triste, seria velho.