Lembranças sem fim

Me desculpe mais não estou em um bom momento

A final nunca estive, você sabe meu lamento

Sentada em uma poltrona aconchegante de uma UTI

No momento só consigo escutar as batidas dos equipamentos, em ritmos alternados.

Me pego pensando em mais uma madrugada que atormenta meus pensamentos.

Não somos treinados, muito menos educados para passar por este tal processo: Perdas.

Quando elas acontecem nos encontramos em um estado mental jamais descrito pela medicina, pois tenho comigo que dor não se mede, não se cria, não se alcança, apenas sente. Ficamos totalmente desconfigurado ao passar por esse trilho da vida, então reflexiva penso nos momentos em que deixamos passar, dizem que: " se arrependimento matasse muitos já estavam mortos"

Eu já estava morta e não sabia, ao acreditar que o tempo iria curar qualquer ferida. Respiro fundo para as lágrimas não rolarem, não quero que ninguém acorde com meu rosto desesperado

Meus cuidados inúteis foram e eu nunca percebi que afastavam quem eu queria que ficasse; meu silêncio, as palavras que nunca foram ditas; leio um pouco dos textos que marcam minha trajetória e só assim começo a entender o que nunca conseguia ver e me martilizo, é sempre assim.

As estrofes em cada frase aqui esboçada, amizades sinceras e que não foram compreendidas por falha minha.

Engraçado que sabiam dos meus cuidados e nunca vi que os descrevia.

Estou farta, já cansada de perder pessoas assim

O cheiro dos remédios são tão fortes quanto meus pensamentos, que me enojam, um coração que doe e parece nunca ter fim . Odeio ser assim, um ser complicado, meus cuidados são os meus maiores erros, e é por isso que nunca consigo por um fim.

Sempre vejo em minhas memórias, um rosto estampado, e não importa o quanto me rejeitas ou me ignoram , eu sempre me pego nas lembranças em que eu juro não querer estar, mais quando vejo já estou nelas.

Mais nada se pode recuperar o que foi perdido, e se foi perdido e que me dou conta de que nunca tive, ao ver quem eu fui, eles continuam sendo, mais agora para outros. Mais eu, eu não sei quem eu fui, essa é a questão.

Falava -se em massacres mentais, mais está tudo bem, isso é mais uma forma de fingir está bem, sou boa nisso, apago e ressusito essas lembranças que nunca me permitem sonhar, pois elas vivem a consumir a mim lembrando que sempre temi o amor, o amor que nunca dei, que sempre temi e que nunca soub dar e é por ele que hoje sofro, por todos que um dia amei, e que hoje não sei mais cuidar.

Ludmila Gloria
Enviado por Ludmila Gloria em 20/02/2019
Reeditado em 20/02/2019
Código do texto: T6579395
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