Carta a mim mesmo, para me refazer do Facebook

Neste exato momento escuto e me entorpeço saborosamente ao som da Ária da 4ª corda de Bach, para buscar onde me perdi.

É a composição, para mim, mais perfeita do mundo. Me deixa embevecido.

Ao som de Ária, me acalmo, e a melodia extremamente melancólica me fez querer ser quem eu era antes do Facebook, onde a gente descobre coisas horríveis sobre si, em se tratando de opiniões políticas.

Os acontecimentos políticos nos tornaram impacientes com os posicionamentos contrários. Perdemos amigos e ficamos sem falar com parentes próximos.

O Facebook está matando o que as pessoas eram... ou está mostrando quem realmente eram.

Eu me tornei "rato de Facebook", mas, agora ele está me cansando.

Parafraseio Chaplin: faço parte do Face, no entanto, ele me deixa perplexo.

Estou deixando aquela rede social de intrigas aos poucos, porque lá eu me perdi de quem eu era, ou, descobri que tinha um lado meu que precisava ser descoberto para ser tratado. O lado político.

É o lado que todo brasileiro, como cidadão, neste momento, mais deve ter cuidado. Mas, eu não quero saber dele. Quero matar meu lado político e voltar a ser o melancólico e engraçado Eduardo de 2011, quando conheci o Recanto e escolhi, inspirado no desenho da cachorrinha "Martha Fala", o nome de Eduardo Escreve para me registrar aqui (porque, se Martha Fala, Eduardo Escreve, rsrs).

Tomara que dê certo essa minha tentativa.

Boa noite.