Resposta a carta do Pastor Edvar Gimenes publicada no facebook

Caro Pastor Edvar,

Comentando a publicação da "CARTA ABERTA DE JIMMY CARTER À CONVENÇÃO BATISTA DO SUL AMERICANA.

Sem querer ser "Boi de piranha", coloco aqui meu posicionamento.

Mas, você gosta de provocar.

Então, vou contribuir mais um um pouco.

Afinal, quem diz e escreve o que quer deve estar preparada para ouvir e ler o que não quer.

á escrevi aqui no face o que penso sobre o tema.

Não aceito cabresto, nem canga como se fosse gado que carrega carga pesada. E nem uso "óculos de sola" como cavalo para não olhar dos lados.

Espero não ter que sair de onde estou, pois para onde for, haverá sempre mentes retrógradas, perdidas quanto à sua nova posição de macho dominante, sem.saber que papel assumir, e portanto, retornando ao perfil primário, como zona de conforto.

Respeito Jimmy Carter.

Ele, por estar idoso, sem poder de voto, ou de ser eleito para qualquer coisa, pode dizer o que bem quisesse, pois acima de tudo, tem um nome respeitado pelo caráter que têm e pela posição que ocupou como 39 presidente americano.

E até onde sei, lecionou na EBD por longos anos.

Como governantes, a frente de seu país, e pode inserir aí varios, tais como: Clinton, Bush, Obama. E no caso do nosso país, como Collor, Sarney, Itamar, FHC, Lula, Dilma, e por aí vai. Verdadeiros desastres.

Eles podem ser e terem feito tudo o que foi escrito de bom ou ruim, com relação às suas gestões, enquanto no poder. Mas, não significa que ficarei calada, sem criticar, por medo de ousar como mulher de dizer e escrever o que penso.

Trump, atual presidente americano, pode ser o que quiser, mas ele é grosseiro, trata sua esposa mal. Detesto sua postura. E, espero que, para o bem do seu povo, faça o país prosperar. Assim como espero que Bolsonaro consiga superar todos os entraves que o PT é afiliados provocaram e provocam no país.

Não me interessa o que a convenção Batista americana diz; só não quero seus postulados ultrapassados aqui.

No caso da carta aberta de Jimmy Carter, apoio!

Sou contra a exclusão deliberada e preconceituosa, apesar de não apoiar determinados postulados defendidos pelo LGBTs, etc.

Sou a favor da liberdade com responsabilidade, respeito e ética.

É preciso atitudes rígidas para combater ações perversas como o contrabando e consumo de drogas, a violência, o feminicidio, os homicídios, o fanatismo, a roubalheira indiscriminada, os conchavos, e tudo que dê ênfase a corrupção, uma educação decadente, etc.

E isto não significa que eu enfiarei minha cabeça na areia por medo de assumir meu papel e rumo da minha história.

E tem mais, não troco minha saia pela calça de ninguém. Minha bisavó, Maria Amélia de Castro dizia: " a minha saia vale pela calça de dez machos, e tanto quanto a calça de um homem". Sábias palavras.

Não preciso que homem algum pense por mim e fale por mim sem a minha autorização, e nunca por imposição. Aprendi a falar, aprendi a andar aprendi a ler e a escrever, e é claro, aprendi a pensar.

Por quê e para que será?

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Atenção mulheres batistas.

Posto para conhecimento, respeitando comentários contrários feitos com respeito.

PERDENDO MINHA DENOMINAÇÃO EM TROCA DA IGUALDADE

By Jimmy Carter

Traduzido Pr. Hermes C. Fernandes

Tenho sido um cristão praticante por toda minha vida e um diácono e professor de Bíblia por muitos anos. Minha fé é uma fonte de vigor e conforto para mim, como o são crenças religiosas para centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Assim, minha decisão de romper minhas ligações com a Convenção Batista do Sul [dos Estados Unidos], depois de seis décadas, foi dolorosa e difícil. Foi, porém, uma decisão inevitável quando os líderes da Convenção, citando alguns versículos bíblicos cuidadosamente selecionados e reivindicando que Eva foi criada só depois de Adão e foi responsável pelo pecado original, determinaram que mulheres precisam ser “submissas” a seus maridos e proibidas de servir como diaconisas, pastoras ou capelãs no serviço militar.

Essa visão de que mulheres são de algum modo inferiores aos homens não está restrita a uma religião ou crença. As mulheres são impedidas de desempenhar um papel pleno e igual em muitas crenças. Nem, tragicamente, sua influência cessa nos muros da igreja, da mesquita, da sinagoga ou do templo. Essa discriminação, injustificadamente atribuída a uma Autoridade Mais Elevada, tem conferido a razão ou desculpa para negar a mulheres direitos iguais mundo afora por séculos.

Na sua forma mais repugnante, a crença de que mulheres precisam estar subjugadas aos desejos de homens legitima escravidão, violência, prostituição forçada, mutilação genital e leis nacionais que não reconhecem o estupro como crime. Mas também custa a muitas milhões de meninas e mulheres o controle sobre seus corpos e vidas, e continua a lhes negar um acesso justo à educação, à saúde, ao emprego e à influência dentro de suas próprias comunidades.

O impacto dessas crenças religiosas afeta cada aspecto de nossas vidas. Elas ajudam a explicar por que em muitos países meninos são educados antes de meninas; por que a meninas lhes é dito quando e com quem devem se casar; e por que muitas enfrentam riscos enormes e inaceitáveis na gravidez e no parto porque suas necessidades básicas de saúde não são atendidas.

Em algumas nações islâmicas, as mulheres têm seus movimentos restringidos, são punidas por permitirem a exposição de um braço ou tornozelo, excluídas da educação, proibidas de dirigir um carro ou de competir com homens por um emprego. Se uma mulher é estuprada, ela é frequentemente punida do modo mais severo como sendo a parte culpada no crime.

O mesmo pensamento discriminatório se encontra no continuado fosso entre gêneros e do fato de que ainda tão poucas mulheres estão em postos públicos no Ocidente. A raiz desse preconceito se encontra profundamente em nossas histórias, mas seu impacto é sentido a cada dia. Não é apenas mulheres e meninas que sofrem. Isso prejudica a todos nós. A evidência mostra que investir em favor de mulheres e meninas traz enorme benefício à sociedade. Uma mulher educada tem filhos mais saudáveis. Ela é mais propensa a enviá-los à escola. Ela tem renda mais elevada e investe o que ganha em sua família.

Para qualquer comunidade simplesmente é profundamente prejudicial discriminar metade de sua população. Precisamos desafiar essas atitudes e práticas de interesses egoístas e ultrapassados – como estamos vendo ocorrer no Irã onde mulheres estão à frente da batalha pela democracia e pela liberdade.

Eu entendo, porém, por que muitos líderes políticos podem ser relutantes em pisar nesse terreno minado. Religião e tradição são áreas poderosas e sensíveis quando são desafiadas. Mas meus colegas Anciãos (Elders) e eu, que viemos de muitas crenças e panos de fundo, já não precisamos nos preocupar em obter votos ou evitar controvérsias – e estamos profundamente comprometidos em desafiar a injustiça onde quer que a enxerguemos.

“Anciãos” são um grupo independente de líderes globais, congregados pelo ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, com o intuito de colocar sua influência e experiência a serviço da construção da paz, de ajudar a abordar as grandes causas do sofrimento humano e a promover os interesses comuns da humanidade. Nós tomamos a decisão de chamar atenção particular à responsabilidade de líderes religiosos e tradicionais em garantir igualdade e direitos humanos e recentemente publicamos uma declaração que reza: “A justificação da discriminação contra mulheres e meninas em base à religião ou tradição, como se fosse prescrita por uma Autoridade Mais Elevada, é inaceitável.”

Conclamamos a todos os líderes a confrontar e mudar ensinamentos e práticas danosas, não importa o quão arraigadas, que justificam discriminação contra mulheres. Pedimos, em especial, que líderes de todas as religiões tenham a coragem de reconhecer e enfatizar as mensagens positivas da dignidade e da igualdade que todas as maiores crenças mundiais compartilham.

Os versículos cuidadosamente selecionados encontradiços nas Escrituras Sagradas para justificar a superioridade de homens pertencem mais a tempo e lugar – e à determinação de líderes masculinos de se aferrar à sua influência – do que a verdades eternas. Excertos bíblicos semelhantes poderiam ser encontrados para apoiar a aprovação da escravidão e a aquiescência tímida a governantes opressores.

Sou familiar também a descrições vívidas nas mesmas Escrituras, em que mulheres são reverenciadas como líderes preeminentes. Durante os anos da Igreja Cristã antiga, mulheres serviram como diaconisas, sacerdotisas, bispas, apóstolas, mestres e profetas. Apenas no quarto século líderes cristãos dominantes, todos homens, tergiversaram e distorceram as Sagradas Escrituras para perpetuar suas posições ascendentes no interior da hierarquia religiosa.

A verdade é que líderes religiosos masculinos têm tido – e ainda têm – a opção de interpretar os ensinamentos sagrados seja para exaltar, seja para subjugar mulheres. Em base a seus próprios propósitos egocêntricos, eles têm esmagadoramente escolhido a segunda alternativa. Sua escolha continuada proporciona o fundamento ou a justificação para muito da ampla perseguição e abuso de mulheres ao redor do mundo. Isso constitui uma clara violação não apenas da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas também dos ensinamentos de Jesus Cristo, do Apóstolo Paulo, de Moisés e dos profetas, Maomé, e os fundadores de outras grandes religiões – todas as quais têm chamado a tratamento apropriado e equitativo de todos os filhos e filhas de Deus. É tempo de termos a coragem de desafiar essas visões.

*Jimmy Carter foi presidente dos Estados Unidos de 1977 a 1981.