UM OLHAR SOBRE AS LEITURAS

A leitura de qualquer atividade e previamente estabelecida após a escrita correspondente. Só há leitura de algo, qualquer que seja, se antes houver uma mensagem, uma forma de escrita , e esta consiste na utilização de sinais (símbolos) para exprimir idéias sendo uma forma de comunicação. Esta interação entre o LER e o significado, permitiu aos humanos alargar o alcance das mensagens entre si, ao criar as que perduram no tempo e espaço e que podem ser transmitidas a distancias para alem das estritas capacidades físicas humanas.

Das inscrições nas paredes das cavernas,passando pelo desenvolvimento de sons para transmitir significados, ao tempo presente, onde novas escritas foram estabelecidas e que abarcam o social, a ética, comportamentos, tendências, recursos tecnológicos etc.

A leitura e o encontro do leitor com o autor, que qualifica o “algo” que foi previamente escrito. Nessa concepção ocorre a inter-relação entre processamentos ascendentes e descendentes na busca da construção de significados. LER e um processo de percepção de uma mensagem inserida em “algo”, um processo cognitivo do leitor para a mensagem, onde cada leitura ira resultar numa interpretação diferenciada, embora o conhecimento prévio dos significados.

A leitura qualifica o “algo” que foi escrito antes. Quando, ao assistir um certame de quadrilhas de São João, ou o desfile de escolas de samba, o leitor faz julgamentos, qualifica. Ele leu, na linguagem daquela atividade, ou do tempo em que esta inserida. O processo dinâmico de construção de sentidos na leitura de “algo” é uma abordagem onde os parceiros da comunicação (leitor/criador) possuem saberes acumulados quanto as atividades e episódios em que se acham envolvidos, isto e, tem conhecimentos dos significados representados no “algo” a ser lido. Constituem, pois, conjuntos de conhecimentos determinados e vivencialmente adquiridos, sobre cenas, situações e eventos, sobre como realizar atividades especificas, comparando entre si diversas possibilidades de concretização dos objetivos e selecionando aquelas que julgam as mais adequadas como também, no momento da compreensão da mensagem.

Vivenciando os significados no tempo presente, em que o MEIO É A MENSAGEM, a leitura extrapola os seus próprios limites para uma comunicação mais ampla. Assim como o papel moeda, virou cartão e hoje nem cartão mais é usado na transferência de dinheiro, o LIVRO ganhou novas formas, novas meios, e com isto novas formas de leituras.

A literatura hoje é líquida, ou melhor, se insere no vasilhame, no veiculo, no Meio onde cabe a mensagem. Os saberes são mobilizados e se atualizam nos textos por meio de diversos tipos de estratégias processuais, que dependem de características dos usuários da língua, tais como seus objetivos, convicções, conhecimento e uso de novas tecnologias. Isto é, a estratégia de uso do conhecimento. E esse uso, em cada situação, depende dos objetivos do leitor, da quantidade de conhecimento disponível a partir do texto e do contexto, bem como de suas crenças, opiniões e atitudes.

By Arthur Ghuma