Naquele dia entreguei o carro para seu dono e a noite fui até a casa da Claudia na minha moto CG 125 vermelha, chegando lá a Claudia não estava e fiquei lhe esperando por um bom tempo, até que por volta das 22 horas ela regressou e me disse que tinha ido dar um basta no relacionamento que tinha com um outro rapaz e que já não estava indo bem, pois o mesmo sempre lhe traia com “outras”.
Então daquela noite em diante ficamos firmes no nosso relacionamento que se fortalecia a cada dia.
Fizemos planos para um futuro próximo, Claudia gostava muito de uma colônia da Phebo, então um dia a levei ao supermercado e lhe falei:
Escolhe uma fragrância para você.
Ela acabou escolhendo uma floral, então perguntei:
Você não gostaria de escolher mais alguma?
Posso?
Claro, você pode levar até todas se quiser.
Verdade mesmo?
Claro, já não disse?
Então Claudia acabou levando as seis fragrâncias disponível.
Naquele dia ela ficou muito feliz, pois nunca pode ter tantos perfumes de uma só vez.
Nisso os dias vão se passando e eu sempre me encontrando com ela no final do dia. Saiamos para lanchar, passear, visitar familiares e as vezes íamos a algum restaurante e quando tínhamos oportunidades levávamos algum irmão dela, pois à época todos se davam muito bem.
Depois de algum tempo comecei a trabalhar no interior (garimpo do Lourenço) então lá eu passava 15 dias e 15 dias na cidade.
No tempo que estava no garimpo lhe escrevia as vezes duas cartas por dia, que eram entregues pela companhia de taxi aéreo que fazia viagens entre o garimpo e a capital.
Quando minhas cartas chegavam no aeroporto de Macapá, um taxista amigo meu (Nelson) levava as cartas para Claudia e ao mesmo tempo pegava outra com ela para deixar na Rio Norte Taxi Aéreo para que eles me entregassem assim que chegassem ao garimpo, não eram voos diárias, as vezes tinha um intervalo de até dois dias.
Nos quinze dias que eu estava em Macapá ficava muito tempo com ela, pois estávamos realmente apaixonados e queríamos ter um compromisso sério, para o futuro mesmo.
Até que nos meados do mês de novembro de 1985 ela saiu da casa de seus pais e foi viver comigo na casa de minha mãe, lá ficamos juntos o tempo todo e quando chegou dezembro fomos para o garimpo do Lourenço de ônibus.
A viagem não era nada agradável, pois as estradas eram de terra e tinham inúmeros atoleiros além do que os ônibus eram velhos e desconfortáveis.
Ao pararmos na cidade de Amapá, uma parada obrigatória para refeição, já tarde da noite. Ao sairmos o ônibus não ligou por conta da bateria que estava ruim, então tivemos que empurrar, nisso a Claudia ficou dentro do ônibus e quando este deu um solavanco ela bateu com a barriga do encosto do braço do acento e quando eu entrei me falou do ocorrido e disse que estava doendo.
A viagem prosseguiu e chegamos ao nosso destino por volta das 2 horas da madrugada, Claudia então se queixou que a dor estava aumentando e foi ao banheiro, então me chama e para nossa surpresa ela estava sangrando forte, como se fosse menstruação, no entanto, a dor não era normal. Falei então com um amigo mais velho e experiente, disse-me ele:
Eu acho que a Claudia teve um aborto, pois esse sangue todo não é normal.
Então lhe falei do ocorrido dentro do ônibus e ele então disse não ter dúvidas que se tratava de um aborto.
Então logo no dia seguinte eu a mandei para Macapá a fim de se tratar e fazer todo e qualquer procedimento que fosse necessário.
Estávamos já em dezembro, próximo ao Natal e eu não podia ir para Macapá, pois tinha que tomar conta da loja, já que meu irmão estava viajando para Goiânia e só retornaria após o ano novo.
Então Claudia foi hospitalizada e teve que fazer corretagem, nossa, ela sofreu muito, pois o que ela mais queria era ser mãe e aquela tão desejada gravidez, mesmo sem ter sido planejada não vingou.

Macapá-AP, 06/04/2021

Bert Noleto
Bert Noleto
Enviado por Bert Noleto em 06/04/2021
Reeditado em 12/04/2021
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