Carta R1

Goiânia, 14 de abril de 2020

Distintos conhecidos,

Estou em paz, retirada parcialmente e continuamente estarei ignorando conscientemente a falácia tosca que escorre de dos lábios daqueles que amam o balburdio, esses que investem em palpites descabidos acerca da vida alheia e sugam todo tempo para tratar do que não lhe conferem a autoridade, pois, tomaram posse da vida do outro. Sinto informar, mas não encontrarás qualquer tipo de justificação ou detalhamento dos últimos meses. Se presumiu situações desesperadoras, lamento descontentar-vos, mas o que vocês discutem em pauta na obscuridade de vossas bisbilhotices não me interessa, então, gastar energia em preocupar-me com essa futilidade é ridículo.

Agora, é um tempo favorável e imprescindível para que vos fale das minhas sinceras impressões acerca desse tempo que por descuido e incompreensão, é desperdiçado sem dar-se conta do tamanho estrago que causa e sobretudo, ao horripilante padecimento crônico de vossas faculdades intelectuais que definham sem que possas reagir com determinação e coragem.

Primeiramente, destacarei breves reflexões sobre o sono que pude experimentar, desde o seu excesso, falta, descontrole e harmonia com o corpo. O homem que está cansado, não se esforça mais em viver no tempo fugaz do século XXI. Estar debilitado e necessitar aprimorar o rendimento para melhorar o aproveitamento durante o dia, é uma necessidade urgente que devemos nos dedicar.

Infelizmente, esses esforços empreendidos e cansavelmente repetitivos deram-lhe, uma regressão profunda. Ora se perde no sono e em outros momentos, se arrasta cansado. Todos os dias, ao acordar o tal do sono lhe persegue por todo o tempo e tu empenhas em dedicar uma luta que ao fim do dia, entregas como perdedor. Percebo que nossos membros estão mais pesados do que antes e preferimos não mais carregar sacos de pedras todos os dias.

Pergunto-vos, por quais motivos, aceitamos carregar pedras?

Deveríamos polir a nossa própria vida e não a do outro, pois essa não nos pertence e não cabe que façamos jus do alheio. Gostaríamos de descansar, mas temos de existir em duas realidades e isso ocupa-nos de tal maneira que ao deitar, estão as nossas mentes vívidas em trabalhar. Pior ainda, temos ignorado as pausas de cada dia e estamos vivendo falsamente sem estarmos devidamente preparados para cada vez em que abrimos os nossos olhos.

Cordialmente,

L.B.

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 24/11/2021
Reeditado em 24/11/2021
Código do texto: T7392922
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