A PARTIDA
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Vi uma lágrima no cantinho do seu olhar.
Indaguei o que havia acontecido.
- Com voz lenta disseste que precisavas partir...
Definitivamente irias para Madrid, deixando minhas terras para trás.
Sim, querias que fosse contigo, mas como poderia largar toda uma vida, filhos, noras e netos?
Na verdade, o medo tomara conta de mim.
Partir para terras estranhas sem ninguém conhecido a não ser você.
E se algo não fosse tão bem, a quem eu iria recorrer.
Como eu faria para ver os meus entes queridos?
Afinal, não era como estar em outra cidade em meu próprio país.
E foi com muita dor que lhe disse:
- Não. Não posso ir contigo.
Rolavam lágrimas nas faces dos dois.
Vejo seu amor declarado em romances devaneados de como e do quanto teríamos sido felizes.
E vez por outra, me vejo às lágrimas de saudade, amor e carinho por ti.
O que faço com tanto amor que não me permite olhar para outro alguém?
Um dia, perco o medo e voo até seus braços para reviver seus abraços e todo o carinho ao qual um dia disse não...