A PARTIDA

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes

 

 

Vi uma lágrima no cantinho do seu olhar.

Indaguei o que havia acontecido.

- Com voz lenta disseste que precisavas partir...

Definitivamente irias para Madrid, deixando minhas terras para trás.

Sim, querias que fosse contigo, mas como poderia largar toda uma vida, filhos, noras e netos?

Na verdade, o medo tomara conta de mim.

Partir para terras estranhas sem ninguém conhecido a não ser você.

E se algo não fosse tão bem, a quem eu iria recorrer.

Como eu faria para ver os meus entes queridos?

Afinal, não era como estar em outra cidade em meu próprio país.

 

E foi com muita dor que lhe disse:

- Não. Não posso ir contigo.

Rolavam lágrimas nas faces dos dois.

 

Vejo seu amor declarado em romances devaneados de como e do quanto teríamos sido felizes.

 

E vez por outra, me vejo às lágrimas de saudade, amor e carinho por ti.

 

O que faço com tanto amor que não me permite olhar para outro alguém?

 

Um dia, perco o medo e voo até seus braços para reviver seus abraços e todo o carinho ao qual um dia disse não...

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 06/12/2021
Código do texto: T7401296
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