Cara amiga
Cara amiga,
Eis aqui minha alma desnuda;
Eis que te revelo, nestas linhas, todo o meu ser
Em toda sua plenitude.
Agora sabes o que se esconde à sombra do meu sorriso
Na exata curva do lábio ao se mover...
Eis que contigo compartilhei a chave de minhas catacumbas
Onde escondo os fantasmas que me atormentam;
Eis aqui o que me assombra e o que me fortalece.
O que me fere, mas também me mantém sã.
Eis- me aqui! Essa alma fragmentada!
Remendada com as rimas que podes ler.
Eis aqui aquela que habita nos poemas
Para sustentar àquela que todos veem!
Eis que escolheu devotar-me compaixão!
Acolhe então, com carinho, esta alma que sangra
E sangra continuamente...
Se desejares, ela caberá, indefesa, em tua mão!
Peço-te apenas que não me questiones
Nem queira tentar remendar-me.
Não tente desvendar minhas feridas
Descobrindo a origem de cada sutura a desfigurar meu espírito.
Basta que saibas que escolheu conhecer-me,
Então aceita-me, assim como sou!