Nunca amei ninguém...
Envergonhado de minhas confissões e declarações amorosas, agora conto esta mentira: nunca amei ninguém, nem quando escrevia poeminhas, cartinhas, versículos, frases, pensamentos, memórias, e coisas como estas, ou em acrosticos acrobáticos de micróbios e em cartazes, outdoors, anuncios de jornais... era apenas intenção. Minto. Sou um mentiroso. Grande qualidade da civilização. Blaise Pascal, nao me leve a mal. Você pode recordar do paradoxo do mentiroso duvidar, criar soluções ou, talvez cair numa sinuca de bico. Por falar em sinuca, amei ter tido a oportunidade daqueles dois jogos que nos deixaram empatados. Nada mais importa. Fechei as portas dos poetas do meu coração e arremessar as chaves para o infinito.
Na verdade quero dizer que o calor do meu coração funde metais. Se funde a dureza de metais como o ferro, qualquer feroz amor naturalmente líquido, se borbulha, evapora e se dissipa pelos meus poros. Nuvens de amor se condensam no ar e depois inundam o mundo todo com amores impossiveis em grandes dilúvios delivery de lovers. Agora todos entendem aquela canção que diz que vai trovejar e cair um temporal de amor. E o tempurá? O tempo? Hááá. O tempo não para, não para não. Não para. Toquei tantas vezes essa canção que a novidade daquele amor já é um museu que se perdeu pela nossa história. O futuro repetiu um velho passado. Mas para este texto não terminar melancólico demais, resgatei da lata do lixo esse amor que há muito já desisti. É verdade este bilhete.