Carta Inacabada a um Fantasma...

Estranha noite esta, cheia de questionamentos

Que procuro em vão encontrar as respostas

Nesta minha infinitamente pequena mente

Já que são questões do trato da alma do coração...

Meu corpo num inteligente impulso me leva

Até meu belo jardim, noite luminosa que

Reflete o brilho das estrelas nas lágrimas que

Pousam docemente em meus olhos

Uma brisa fria envolve todo meu ser, triste

Pois neste momento as estrelas não podem

Responder de forma inteligível onde está

Seu amoroso abraço, forte, mas gentil

O toque carinhoso de suas mãos em meus cabelos

O terno beijo de quem ama com a alma

Tenho todo o universo a me amparar e proteger

Até mesmo de minhas próprias loucuras...

Mas hoje, hoje quero apenas você

Onde o verdadeiro amor reside....

Ah... nada se perde tudo se transforma

Tudo pode morrer a cada instante

Mas com a mesma força renasce

Não se pode frear a Lei

É enorme a saudade que sinto ao fitar

Este infindo céu estrelado, a saudade

De tudo, que, de fato, já vivemos

Mas que não pude ainda viver nesta realidade

Das infinitas experiências pelas quais já passamos...

A ansia de poder viver mais, sempre mais

Natural, já que fomos feitos para estarmos juntos

Em todas realidades, mas também não sei

Meu amor, como se faz isso, pois ainda

Não sou mestra, como você, apenas aprendiz e

Tem momentos que me perco no caminho

Talvez muito mais que você...

Como tu, tenho necessidades, certas ou erradas

Não deixam de ser necessidades, que não são

Exigencias como a ti parecem...

Estou confusa, não consigo compreender

Pois mais uma vez, em incontáveis vezes

O Cosmos frente a frente nos colocou

Sentimentos puros, inocentes translúcidos

Surgiram, que aqui neste plano não são vistos

Não realizáveis, apenas vagam não sei

Por quais mundos, sonhos ou fantasias

Não compreendo, nesta minha limitada

Inteligência...

Alta madrugada já, e não consigo parar de escrever

Esgotar tudo num poema, ah... como gostaria

Mas sei que isso não é realizável, já que no universo

Nada pára nunca... e nós somos o universo também

O uno do verso e o verso do uno...

... estou cansada, que esta carta um dia se termine em tuas mãos...

Susie Sun
Enviado por Susie Sun em 27/01/2008
Código do texto: T834663
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