Tudo por uma viagem de Trem

Indo com uma amiga

Pra cidade de Santa Luzia

Esperando o trem a nos embarcar,

Ansiosa pela primeira vez a um trem entrar.

Com dinheiro contado,

Sem regalias fomos para o interior do estado

E por um motivo especial,

Queríamos ver como é passar na baixada

O carnaval.

Parecia doce na boca de criança

Na verdade eu, Cris,

Queria andar de trem desde

A minha infância.

Já a Luciana parecia não se importar

Colocava o engate de seus óculos que

Ficava escuro para os gatos impressionar.

Eu registrava tudo com fotos tirando da

Paisagem de onde o trem passava

E quando fazia a curva,

Da janela eu avistava.

Mas algo foi acalmando minha euforia

Aos poucos percebi que o trem era lento,

Não corria.

O melhor estava por chegar

Foi só dá um pulo no banheiro

Pra começarmos nos estranhar,

A danada da Luciana sentou em meu lugar!

Irritada, o jeito foi comer pitombas,

E recolher os sacos que estavam nas poltronas

Bobeira de passageira sem fazer nada

Sempre que uma voz inesperada avisava

Que estava chegando à próxima parada

Ia à busca dos sacos com uma nova retirada

A Luciana é teimosa, mas engraçada.

Sorria sem parar pro rapaz da poltrona ao lado

No qual estava interessada. Avisei que de homem

Aquele não tinha nada, até batom usava

E mesmo sabendo continuava.

Eu respirava e inspirava com a boca no saco

Pra me acalmar e deixar o riso passar,

Embora fosse notando que aquilo

Não parecia funcionar.

Havia uns bagunceiros de bordo a incomodar

Cantando e bebendo,

Como se fossemos obrigadas a agüentar.

Não demorou para o segurança chegar e

As bebidas confiscar.

Em fim paz com direito a um cochilo

O trem chegou a meu lugar

Foi curta a admiração,

Descobri quando desci as bagagens

Que pegaríamos outra condução...

Chegamos,... Começamos a andar...

E de cara a moça que nos recebeu

Disse que quem procurávamos,

Não morava mais lá.

Pense na pessoa alegre!

Pra não dizer palavrão,

O sol rachando a cabeça

E as malas pesando na mão.

Graças à intimidade com Deus a sorte foi

Companheira e segura,

As garotas moravam no final da ladeira

Daquela mesma rua.

Fomos recebidos entre babados de fantasias

E muita gente agitada.

Não era pra pouco,

Estávamos em companhia do bloco magnatas.

A festa prometia, TV de hora em hora transmitia.

Léa, Pedro, Wanessa, Bia, Flávia, fabinho.

Galera que de noite ia se apresentar,

Contando com Luciana e eu que ainda faltava abadá.

Trocamos camisas e nos organizamos entre se,

Deu tudo certo, tirando as horas em que,

Luciana resolveu sumi.

Adorei! Todos nos tratavam como verdadeiras princesas

Deixavam-nos a vontade.

Dentre eles em especial minha nova amiga Wanessa,

Gente fina de verdade!

A festa quando amanhecia parecia continuar

Afinal são pessoas que trabalham muito

Em prol de “os magnatas” ganhar.

Apesar da alegria, algo me entristecia,

Era meu abadá que da costureira não saía.

Pra me distrai, pensei em algo ou mesmo

Um apelo pra modificar.

Queria cortar o cabelo,

Mas ninguém cortava bem por lá.

Persisti até pra quem não conhecia ali,

Então fui em condução, no outro

Quarteirão com o rapaz que de moto foi me levar.

Parecia perseguição fazia poucas horas até então

Que haviam fechado o salão.

Conheci muita gente criativa de dá gosto olhar,

Os garotos em especial animavam o lugar!

Com perucas engraçadas e muito a se esperar,

O Léo com sua, “gravata pega o gato”,

Que todos queriam puxar.

Muitos de outros blocos reuniam-se a nós

Pela emoção da multidão, o ritmo, a ligação,

Parecia normal.

Mas o que chamava a atenção era está entre os

Demais do litoral.

Beijos, abraços, curtição!

Carnaval é bom porque não existe pressão de verdade

Ninguém exige fidelidade.

Dia seguinte certos nºs de camisa não tinha mais,

Todos viraram magnatas,

Até blocos rivais.

Nesta viagem a muito que se impressionar

Seguindo o milagre de fazer, Luciana, Flávia e

Eu, cozinhar.

Fui ao povoado, conheci de perto

O tão rio falado.

Tentamos pescar, mais nenhum peixe

Queria a vara puxar.

Comentando os acontecimentos engraçados

Que valeu lembrar,

Tudo até o vento a Luciana queria fotografar.

Entre esses flashs posamos todas molhadas

Enfrente ao rio para registrar.

Como certos acontecimentos parece destino

Vindo pra casa sorrindo,

De repente um barulho a se aproximar

Era a correria de dois jumentos e um cachorro

Que por sorte não chegou a nos atropelar.

Olhando para os lados sem saber o que fazer,

Flávia e eu nos abraçamos a gritar

E por conta dos gritos o cachorro e os

Jumentos começaram a desviar.

Tem certas histórias que parece brincadeira

Se contar!

Olhei borboletas em enumeras quantidades

Sou um pouco medrosa,

Mas entre barulho de cobra digo que é

Difícil manter a tranqüilidade.

Em falar em quantidade, sapos não faltam

Na cidade,

Havia uns enormes e de bastante idade.

Santa Luzia é legal!

Um dos melhores carnavais do maranhão

E pra completar o meu pé quente,

O bloco “Os Magnatas” foi campeão.

Quinta-Feira, hora de arrumar cada coisa

Em seu lugar,

E só faltava Luciana e eu começarmos

A brigar.

Somos diferente, tempos gênios fortes,

Mas ambas queriam se divertir,

Acho que essa foi a causa que fez

Ninguém desistir.

Entre gritos e choros prevaleceu,

Sorrisos e perdão.

Visto que o ar era de reconciliação

Sobrou tempo para eu, Cristiana,

Fazer uma boa ação.

Olhando com asa a se levantar,

Uma galinha deixou-me a pensar.

Foram poucos os segundos,

Quando me conduzi até lá.

Seu corpo debruçado sobre o asfalto,

Desfalecido, mas ainda a respirar.

Empurrei-a com o pé o mais rápido

Antes que o caminhão passasse por lá.

A galinha saiu andando, com a asa,

Sangrando e Luciana, se agachando de rir,

Por ter ido eu, a galinha salvar.

Esperando de volta o trem contando horas

Pra chegar,

Vi de tudo e guardo tudo em memória,

Até a hora de embarcar.

Penso agora que valeu,

Mais a próxima viagem se não for

Com a galera, sozinha com Luciana,

Eu não vou viajar.

Corre o risco durante a viagem uma

De nós duas não chegar.

Apesar de tudo me dei bem,

Realizei a façanha de passar o carnaval fora,

Tudo por uma viagem de trem.

Dedico meus agradecimentos a:Manoel, Neuza, D.Neta,Vera,Vânia, Lèa, Pedro, Fábio,Wanessa,

Flávia, Bia, Pelos belos momentos e agradável estadia.

"Conto feito em fatos reais".

cristiana Lima
Enviado por cristiana Lima em 10/03/2006
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