AS CONFISSÕES DO INTERNAUTA

VI,não digo que com surpresa,pois nada mais me surpreende,que os pecadores em geral,seja responsáveis por pecados mortais ou veniais,já podem se livrar do peso dos mesmos,confessando-se pela internet.Isso mesmo que vocês leram;existe um site,procuradissimo,o “Diary Confession”,onde pode-se contar todos os pecados,desde o rabo de olho que se passa no namorado da vizinha até o assassinato mais cruel.Na verdade,quem teve a idéia do site foi um padre italiano;mas,o Papa jogou areia no brinquedo e o site foi proibido;para renascer em todo seu esplendor nos States,pois americanos adoram novidades,computadores e são muito comodistas.Fiquei curiosa de saber como funciona.Primeiro,a pessoa adota um “nickname”,vulgo apelido,em terras menos cultas;depois,escreve todos os pecados e envia.Dizem que é perfeitamente seguro,irrastreavel(?),á prova de hackers e chantagistas.Cá com meus botões de nordestina terceiro- mundista,me pergunto:-Como devo iniciar a confissão?

Eu,pecador,me confesso ao Windows?Mas,o Windows é tão lento que,até chegar ao céu,a pessoa já cometeu milhares de outros.Afinal,chega ao céu,ou á Microsoft?E a Microsoft virará Microsofre!?Quanto espaço tomaria a confissão de Bush,p/ex.?Se ele fosse listar os 100000000de mortos e a crise republicana acordada no seu (des)governo?

Outra dúvida:haverá absolvição?Quantos padrenossos e avemarias para cada transgressão?Gente,confesso que estou confusa!

Há muito tempo que só me confesso a mim mesma e diminuí um bocado a lista das coisas que considero pecados,tornando minha vida mais fácil.

No meio de tudo isso surge uma questão ética que,aliás,já existia  no tempo do confissionario tradicional;e,se o sujeito confessa um crime?O padre não podia contar(assistiram ao excelente filme “A Tortura do Silencio”,com Montgomery Cliff?);e,a internet,pode?deve?É confusão demais para os poucos neurônios que me sobraram depois de terem sido usados por quase 66 anos.Digo quase,porque ainda tenho um tempinho e vou lutar por ele.Sem cometer o pecado da vaidade,é claro.Que,aliás,é venial.

Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 26/11/2008
Código do texto: T1304003
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