O CASTIÇAL DA PRAÇA

Em um belo dia ensolarado, um transeunte caminhava por uma rua quando deparou com um objeto estranho debaixo de uma árvore.

Ele se prontificou para vê-lo mais de perto e constatou que era um belo castiçal todo folheado a ouro e cravejado de pedras preciosas. Junto, havia um bilhete com a seguinte mensagem: “quem achar esse castiçal devolva ao seu legítimo dono no dia X, às Y:00 horas na Praça da Rua Z.

Chegando lá, procure pelo homem mais rico, possuidor de duas jóias preciosas. Essas duas jóias não são fáceis de serem vistas, mas serão reconhecidas com o tempo...”.

Ele achou essa mensagem muito estranha, mas foi assim mesmo no dia, horário e endereço estipulados.

Procurou por alguém que ostentasse alguma riqueza exterior ou que possuísse duas jóias preciosas.

- estariam essas jóias penduradas no pescoço ou nos dedos das mãos? Pensou ele consigo mesmo procurando inutilmente pelo verdadeiro dono daquele castiçal.

No entanto, todas as pessoas da praça aparentavam simplicidade e não demonstravam qualquer sinal de riqueza exterior.

Havia crianças brincando, adultos conversando descontraidamente, casais namorando de forma calorosa, senhores jogando dama ou cartas para curtir a ancianidade e os doces dias de uma aposentadoria tranquila – mas nada ou ninguém se parecia com a descrição da carta.

Não havia uma única pessoa com aparência de um magnata.

Assim ele passou horas, sentado ou em pé, desde o começo da tarde até o anoitecer, quando repentinamente ele teve uma intuição acerca da mensagem daquela carta: ele próprio era o verdadeiro dono daquele castiçal por ostentar em seu coração as duas jóias preciosas: a paciência e a honestidade.