* Tragédia... *

Uma família de origem simples morava em uma casinha de taipa com chão de barro batido, com apenas dois cômodos na periferia da cidade.

O casal possuía três filhos, uma menina e dois meninos. Os dois filhos maiores a menina e um dos meninos estavam na escola, o bebê de 10 meses estava com fome e sua mãe encontrava-se sozinha em casa.

O bebê já sentava e engatinhava a mãe colocou-o no chão e foi preparar o seu mingau. O mesmo rolava de uma ponta a outra da casa, neste dia de vez em quando o bebê dava uns gritos diferentes chorava e voltava para onde estava sua mãe.

Como a mesma não podia colocá-lo no colo, ele voltava a brincar no chão, mas sempre que chegava perto da parede ele dava um grito e voltava a chorar e calava-se sozinho. Quando sua mãe acabou de fazer o mingau e foi dar para ele, a criança estava bem quietinha como se houvesse pegado no sono, deitado no chão no cantinho da parede.

Sua mãe achou estranho, pois isso nunca havia acontecido, balançava-o e chamava-o pelo nome, mas o menino não dava sinal de acordar.

A pobre mãe desconfiada que seu filho houvesse desmaiado alarmou para os vizinhos, que também estranharam o jeito da criança e resolveram levá-lo para o hospital.

Ao chegar ao hospital depara-se com a triste notícia do óbito da criança, sem entenderem ou conhecerem o motivo que levara a criança a óbito, seu corpo foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) para esclarecimento da causa da morte do bebê.

Após realização do laudo cadavérico foi revelado à causa morte, a criança havia sido picada por cobra venenosa. Em seu peito esquerdo havia marcas da agressão da mesma contra a criança e seu veneno atingiu diretamente seu coração.

O pai desconsolado, inconformado, desorientado, não aceitando a causa da morte de seu filho, e sem entender como isso aconteceu, parecendo um louco começou a derrubar sua própria casa.

De repente encontrou um ninho de cobra, onde a cobra mãe estava pronta para lhe dar um bote. O mesmo imediatamente esmagou sua cabeça com uma enxada e tratou de não deixar que nem uma cobrinha por mais pequenina que fosse também escapasse.

Mas não podia viver sem um teto e ainda tinha mais dois filhos para abrigar. O pobre pai desorientado começou a cavar os alicerçares de sua nova casa, agora de alvenaria construída com a ajuda de família, de seus amigos, parentes e vizinhos. Mas em momento algum, esqueceria aquela perda.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 15/12/2012
Reeditado em 15/12/2012
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