"Celeste, a Tênue linha entre Genialidade e Insanidade"

Bacelaste tinha todos os predicados,era simpática,bonita e culta.Casou logo.Fez um casamento feliz e teve dois excelentes filhos.Mas havia"alguma coisa"em Celeste que todos estranhavam e com a qual acabaram se habituando.Celeste nunca ria ou dava uma gargalhada,nem nas divertidas e engraçadas rodas de amigos,sequer frente a uma grande piada ,quando todos se engasgavam a rir.Geralmente, fazia um gritinho com a boca e nada mais.Os amigos,os familiares, acabaram pensando que ela não compreendia as piadas e houveram os que se ofereceram para lhe explicar.Acabaram desistindo,conformados e seguiram gostando de Celeste a sua maneira.Uma Celeste que não dava explicações..O máximo era um Pois e...

Aos 76anos,marido falecido e filhos encaminhados em suas vidas,Celeste resolveu convidar todos os amigos do passado para comemorar seu aniversário.

Há anos não se viam,porém quando chegaram e olharam para Celeste ficaram todos embasbacados.Celeste tinha a mesma face de menina,nem uma ruguinha.

-Lelete, fizeste plastica??

Pois então Celeste resolveu se abrir, contar seu segredo.

Aos seis anos, brincando com a avô, notou seu rosto pergaminhado em relação as outras mulheres e perguntou porque ficará assim.Anita, uma mulher sorridente,sorriu mais e disse:-Porque passei a vida toda rindo e gargalhando,inclusive de mim e meu rosto se encheu de rugas, risonhas, e claro, mas horrorosas ,o que também e claro!

Neste dia os risos morreram nós lábios de Celeste.Graca, achava,mas gargalhar,nunca!

Celeste olhou para as caras pergaminhadas dos amigos e perguntou:-Mas valeu a pena, vocês não acham?

Eles saíram,em silêncio,mudos e enrugados, frente a declaração.

Quanto a Celeste,se foi para o espelho, se olhou, viu a cara linda de menina,lembrou dos amigos enrugados e começou a rir.Celeste riu e riu e riu,deu gargalhadas de si, dos amigos,da avô,e da própria convicção infantil.E saiu dai em diante pela vida a sorrir e, sorrindo,aos 76 anos,casou novamente e muito bem!

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 30/08/2015
Reeditado em 31/08/2015
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