UM DIA UM CONDOR... TIRO NA BUNDA, NA CABEÇA, NAS COSTAS, NO PEITO...
 
- Então esta será a missão...
Um recém promovido a Major, vindo sei lá de onde para fazer nem imagino o que, pelo jeito um oficial de academia com funções apenas burocráticas, sem experiência alguma em comando, principalmente em assalto.
- Permissão para falar Senhor!
- Negada Tenente! Apesar de ser o Comandante desta operação permaneça calado.
E continuou a preleção de uma operação suicida, infantil, irresponsável e descabida. Ao final disse:
- Senhores alguma duvida?
- Permissão para falar Senhor!
- Concedida Tenente!
- Senhor! Sem apoio aéreo, terrestre, descer de rapel no meio do morro do Chapéu? Isto é suicídio!
- Pela convenção de Genebra não se pode atirar em quem esta descendo de uma aeronave.
- Senhor! Com todo o respeito, eles não são soldados, são terroristas, traficantes, bandidos, eles não cumprem as leis, quem dirá a convenção de Genebra.
- O Senhor esta amarelando Tenente? O Senhor esta fora desta missão! Tenente Vivaldi, esta missão e tua.
- Sim Senhor!
- Tenente Tchaikovsky! Amanhã cedo em minha sala, esta dispensado, Teus homens também.
Após a saída da reunião, esperei o Capitão e fui ter com ele.
- Capitão! Permissão para falar?
-Concedida Tenente!
- Esta missão esta toda errada, ninguém aporta o morro do chapéu assim, tantos quantos descerem morrerão...
- Sei, sei Tenente, fui intervir e levei um esporro, somos pagos para cumprir ordens e não para questionar e agora de o fora te vejo amanhã cedo.
- Sim Senhor!
- Ai Tchaikovsky, se cagou?
- Vivaldi, analise esta missão...
- Grato pela preocupação...
Trocamos continência ele se dirigiu com a equipe para o heliporto e eu me dirigi ao escritório da base aérea.
Uma hora e dez minutos depois soa a sirene de alarme, corremos para o ponto de encontro, reuni meus homens e ficamos no aguardo, ate a chegada do Capitão:
- Tchaikovsky! Você subira a pé o morro, temos quatro homens abatidos, traga-os de volta.
- Schubert! Cerque o morro pelo leste, suba com cuidado e não deixe ninguém descer.
- Mozart! Feche o norte e Oeste, divida em dois. Todos para os pássaros, assim que desembarcarem os pássaros farão as coberturas. Estarei em um dos pássaros para coordenar o resgate.
A missão tirando o fato de estarmos indo resgatar corpos, era de rotina para minha equipe.
Ao chegarmos no local de desembarque da aeronave, o primeiro corpo era de um Soldado, com um tiro no peito, em linha reta, nenhum outro ferimento o que deduzi que estava próximo ao solo quando foi atingido, fuzil Colt M16 travado. O segundo corpo era de um Sargento, um tiro nas costas, em descendência bem vertical, tomou tiro ao sair do esqui em “Tomada morcego”  com varias fraturas pelo corpo, o que significa que caiu de uma altura razoável,  desceu sem o “ATC” , usando apenas o “oito”, fuzil próximo ao corpo, travado. O terceiro corpo era do Tenente Vivaldi, um tiro na perna, um tiro na bunda e um tiro na base da cabeça, todos por traz, em linha reta, uma rajada, significava que tinha descido em um invertido negativo ou fez um negativo e capotou no fim (pouco provável ele era muito experiente) e foi atingido próximo ao solo o fuzil estava longe do corpo, destravado, talvez tenha deixado cair ao ser atingido. O terceiro, um soldado dois tiros nas costas em sentido ascendente, e uma fratura em uma das pernas, pela posição das cascas no solo foi atingido depois de  descer da aeronave, ao iniciar a descida, fuzil junto ao corpo, também travado.
Quem atirou sabia as técnicas de abordagem de aeronaves, principalmente helicópteros. Para o rapel a nave permanece pairado e aproado contra o vento, até os homens atingirem o solo, portanto se você entrar em baixo dela, o atirador de bordo não tem ângulo para usar a Mini Gun por ser fixa, então você desce sem cobertura. Sempre usei duas aeronaves uma desce a equipe e a outra cobre.
Dentro da aeronave um Sargento da equipe de assalto atingido nas costas levemente em sentido ascendente e um Tenente da tripulação do helicóptero (O Fiel) atingido no braço.
Estava escurecendo e os corpos localizados, o Capitão mandou que providenciássemos a remoção até a base do morro, onde seriamos resgatados por helicópteros.
Ao chegar na base aérea, passei pelo Capitão e disparei:
- Permissão para falar!
- Concedida Tenente!
- Vou sair! Vou acabar tendo problemas com ele, Senhor!  Não admito burrice...
- Amanhã cedo conversamos sobre isto, ele se foi e o velho voltou, quantos tiros vocês dispararam?
- Nenhum, Senhor!
- E eles?
- Nenhum também, Senhor! Todas as curtas no coldre e apenas o fuzil do Tenente destravado, sem disparo. Nem reagiram, parece ate que morreram sem saber. A ambição do Tenente fez com que não avaliasse os riscos da missão e a burrice do Major colocou todos em riscos. Um Sargento da equipe dele e um Tenente da tripulação também foram feridos de leve dentro da aeronave e há ainda tiros na fuselagem e na barriga do pássaro.
- Meu Deus Tchaikovsky, o erro foi muito grande.
- Foi sim Senhor! Vamos ver o que o Coronel vai falar.
- Dispensado! Amanhã cedo quero o relatório do resgate em minha mesa.
- Sim Senhor!
Isto é ser um “CONDOR” o Pais acima de tudo, ate de tua vida e da burrice dos outros.


ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO ONDE RELATO FATOS VERDADEIROS SOB MEU PONTO DE VISTA FICCIONAL
 
Cesão
Enviado por Cesão em 30/09/2017
Código do texto: T6129169
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