CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO EM SANTA CRUZ

O cangaceiro Manoel Batista de Morais (1875-1944), conhecido popularmente como Antônio Silvino, esteve com o seu bando em visita anunciada à cidade de Santa Cruz (RN), nos idos de 1911, vindo das bandas de São Bento do Trairi.

O famoso e temido cangaceiro veio em paz e ficou hospedado na casa do Coronel Ezequiel, com as pompas e circunstâncias inerentes à ocasião, não causando, portanto, maiores temores por parte da população.

Acostumado às intempéries, o seu bando ficou acampado próximo à casa do Coronel, onde hoje está localizada a praça que leva o seu nome.

A permanência de Antônio Silvino na cidade foi curta, de um a dois dias, retirando-se em paz, assim como foi recebido.

O período de permanência foi tranquilo, não sendo registrada nenhuma ocorrência que envolvesse os seus homens, visto que haviam recebido recomendações do seu chefe.

Contam que, numa cidade da Paraíba que o capitão Antônio Silvino acabara de invadir, diante de um delator (não é da operação lava jato), sem mais delongas, o chefe cangaceiro exare uma sentença de morte.

A esposa do condenado se desespera:

- Capitão! Pelo amor de Deus! não mate o meu marido. Tenha dó de uma pobre mulher e das crianças que vão ficar órfãs.

E o cangaceiro Antônio Silvino que não sabia negar nada a uma mulher desesperada, respondeu:

- Não devia, mas não sei negar nada a uma mulher aflita. Vou poupar a vida desse cabra, mas ele não vai ficar sem castigo, vou mandar dar uma pisa nesse desgraçado.

A mulher paraibana, então, voltou a suplicar:

- Capitão, se é para humilhar meu marido, o senhor me desculpe: em um homem não se dá! Mande logo matá-lo, que é muito melhor!

Naquele momento, vendo esvair-se a oportunidade de escapar da morte, o marido delator interrompe o diálogo dos dois e exclama.

- Não se meta, mulher! o capitão sabe o que faz!

DJAHY LIMA

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 14/06/2018
Código do texto: T6364661
Classificação de conteúdo: seguro