O valente do jatobá

Caboclo chegue pra perto pra você me escutar. Preste muito bem atenção na história que eu vou lhe contar. Era uma vez um cabra valente que morava no jatobá. Só andava armado e gostava de brigar com revolver, espingarda e um punhal ele bem sabia manusear. Atirava em pássaro voado só pelo prazer de matar. Por onde ele passava todo mundo corria do lugar com medo que ele quisesse alguém desafiar. Menino então nem se fala não queria nem ouvi o seu nome. Ele era atrevido com as mulheres e não respeitava os homens. E assim ele vivia sempre fazendo arruaça, não respeitava ninguém e sempre fazendo desgraça. Bebia e não pagava, devia a todo mundo, mas ninguém tinha coragem de cobrar o vagabundo. Um dia ele chegou à casa de uma donzela e lhe arrastou para mato, fez tudo o que quis com ela e ainda achando pouco deu um tiro na cara dela. Só que tudo que tem começo um dia também tem fim. Quando o malvado foi banhar no riacho do Itaim deixou as suas aramas dependurada em uma moita de espinho, não vendo que o perigo já lhe espera sozinho. Assim quando ele entrou na água do riacho e banhava despreocupado, sentiu um pulo nas costas lhe empurrando pra baixo lhe afogando na água e lhe mordendo o braço. Foi então que ele viu que era uma onça pintada e ela estava com fome e lhe rasgava com as patas. Ele não tinha arma e nem força pra se defender de suas garras. Ele percebeu que tinha chegado o seu fim e assim acabou-se o valente comido por uma onça no riacho do Itaim.

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 06/10/2018
Reeditado em 23/10/2018
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