O noivado

Maria Rosa moça bonita, morena cor de canela, toda faceira.

Zé Antonio quando viu se apaixonou logo: ___Nunca vi beleza igual por essas bandas do sertão.

Ela morava no sítio com a vó Benta,um pouco distante do povoado. Todo dia, Zé chegava do trabalho da roça , se "embonecava" e ia noivar. Não se incomodava com a distância do povoado até o sítio de Rosa. Mas pelas ordens da vó Benta, tinha que dormir em sua casa no povoado, pois moça direita não devia deixar o noivo pousar em sua casa.

Um dia, Zé esqueceu a hora. Já era tarde, insistiu com vó Benta, para deixar ele dormir lá. ___ "Só se for na varanda, o perigo são os morcegos que aparecem a noite".

Arranjaram uma rede, só que era pequena, o calor insuportável, Zé tirou a roupa pra não amassar. E nao achava lugar na rede. Mexe pra la, mexe pra cá, a rede descusturou o fundo. Conseguiu dormir, mas seus " documentos " sairam por fora pelo buraco da rede.

Tarde da noite, vó Benta levantou para beber água, resolveu dar uma olhada na varanda.

De longe avistou : ___vixe meu Deus, os morcegos estão atacando o Zé por baixo da rede. Pegou um facão foi bem devagar para não acordar o noivo da neta. Mirou bem e desceu o terçado no "morcego".

Zé deu um berro tão grande, desceu ladeira abaixo numa carreira rumo ao posto de saude do povoado.

Vó Benta sem entender nada explicava à neta aflita, que tinha matado o morcego e o noivo se assustou e saiu correndo, o único que estava tranquilo era o cachorro ventania, que teve um jantar inesperado de duas bolas de carne e um pedaço de linguiça.

Felix Chaves
Enviado por Felix Chaves em 22/05/2019
Reeditado em 04/01/2022
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