O MANCEBO MILITANTE: ALCIBÍADES

Regularmente, nós jovens, encontrávamos um velho, chamava-se Alcibíades. Alcibíades era um homem simples pra lá dos seus 50 anos, todos da cidade conheciam essa figura. Tinha uma vida simples mas era muito honesto.

Alcebíades contara histórias de sua mocidade e tinha um grande sonho de contribuir novamente para a nação.

Alcibíades dissera uma vez aos jovens que escutavam suas histórias, que na época da ditadura tinha sido perseguido, mas mesmo assim lutava junto aos outros estudantes do seu tempo. Dissera ainda, que mesmo não sendo tão antenado quanto os seus colegas, ouviu sempre as palavras de Das Dores, uma jovem por quem nutrira grande admiração.

O velho mancebo contara que Das Dores nos anos 70 e tarará era uma moça muito a frente de seu tempo, quisera-e conseguira- tornar-se advogada, mesmo em um tempo que tal fato fosse incomum.

Alcibíades contara que Das Dores acreditava no futuro da pátria e lutara diariamente para que todos pudessem entender sobre os seus direitos. Das dores lia, cantava e, pasmem meus colegas, dirigia sem precisar de ninguém para lhe auxiliar.

Alcibíades contara que Das Dores fora sua maior inspiração e que até hoje, admirava tal figura. Mas, agora já velho, Alcibíades disse que não participara mais ativamente das lutas sociais e havia muito tempo que não via Das Dores.

Então, um dia, repetira essa história na frente de uma jovem moça e essa jovem moça disse conhecer Das Dores. Na verdade, a jovem era neta da senhora supracitada.

Alcibíades estava muito contente em saber que talvez pudesse reencontrar uma amiga de sua juventude, mas tristemente, encontrava-se acamado.

A jovem comentou ao senhor que sua avó participaria da manifestação em prol da educação e convidou o velho a participar.

Mesmo todos dizendo que Alcibíades estava mal, o engenhoso velhinho respondeu:

" Caros amigos de história, estou velho e vou morrer, mas que morra fazendo algo pela pátria depois de reencontrar quem me ensinou a valorizar as lutas sociais" .

Alcibíades e Das Dores, encontraram-se e animaram a manifestação, tiveram uma longa e sábia conversa. No dia seguinte, todos os jovens que gostavam de ouvir as histórias do senhorzinho não o encontraram na calçada.

Após recorrermos aos filhos de Alcibíades, descobrimos que nosso avô do coração havia falecido feliz e que suas últimas palavras tinham sido: "LIBERDADE, AINDA QUE TARDIA!"

*Conto fictício mas que foi escrito para tocar no coração de todos sobre importância das lutas sociais e que todos nós, mesmo que em nosso simples círculo social, possamos ter uma vida e morte tranquila e realizada, como a do grande militante, se assim quiser chamar, Alcibíades.