Na casa da vizinha

Fui à casa da vizinha. Poupo o nome, que não gosta de ser famosa. Talvez eu tivesse falado muito de minha vida – há pessoas que não gostam de ouvir memórias! A vizinha disfarçava naturalmente sua vontade de me fazer calar, fazendo-me comentários com vocábulos ou onomatopéias:

_Hum! Hunrum!

Assim eu falava que eu (enfatizava o pronome na primeira pessoa) tinha muitos parentes na cidade; quem era minha família; quantos filhos tinha; e os netos.... Então, do nada, o marido dela disse-me que éramos parentes distantes.

E ela:

_ Ora,vocês têm os calcanhares para trás! E falam pelos cotovelos!

_ Ahn! _ sorri sem graça.

Sorri, e fui caminhando para o portão aberto (eu não o fechara na entrada), pensando com meus botões que a prosa estava na hora de acabar...

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 17/06/2019
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