Barbatimão de estimação

Estirado no meu colchão de capim - bem no meio da noite - ali, juntinho da parede, bem no cantinho da palhoça, acordei meio acabrunhado, com um "barulho", um "estampido" diferente.

Saquei, bastante decidido, a minha pena [eu sempre durmo com ela ao alcance da minha mão, gente], mas refuguei. Sonolento e inseguro, não fiz o "disparo". Eu bem que poderia fazê-lo, mas não "atirei".

Recostado na parede de adobe, guardei a pena novamente no seu "coldre". Comecei a pensar… e tentava, em vão, entender que "barulho" teria sido aquele que me fez acordar. O tempo passou e o sono não mais voltou. Nada conclui… e aceso permaneci, até que amanheceu.

Na ausência da inspiração, faltou "munição". A pena não estava "carregada", e o tinteiro estava vazio. Eu, até agora, ainda me pergunto: "Eita Moço, Mas Que Tiro Foi Este"?!