A PROCISSÃO E O SAPO

Toda a cidade, principalmente aquelas do interior, tem os seus “contadores de causos”. São eles pessoas que tem muitas afinidades com a cidade em decorrência dos anos que ali residem. São os “arquivos ambulantes” da história da cidade. Eles ajudam a história chegar às gerações futuras. Quando um desses “arquivos humanos” passa para outro lado, muito se perde, é como um museu que perdeu uma importante peça. Os “contadores de causos” já nascem com estes predicados.

Mudando para outra vertente, a verdade é que vivemos uma pandemia, ficamos todos apreensivos. Certamente muito ajuda nossa saúde relaxar, melhorar nosso humor, ficar alegre. Aliás, quem criou o humor foi DEUS, ele nos manda: Alegrai-vos. A alegria é um dos frutos do Espírito, não podemos confundir brincadeira com humor. Brincadeira é enganar o povo.

Pois bem! Valendo de um “contador de causo”, passo a contar uma história e/ou estória aqui de minha centenária cidade. Aqui tem uns contadores que são "PHD". Conta-se que antigamente uma procissão dirigia-se da Igreja Matriz em direção ao Bairro do Rocio. Naquela época, tudo muito simples, parte do trajeto era por rua, parte por trilha, ou ainda, por um carreiro, como aqui se costuma chamar. O condutor da procissão, que também puxava o canto, fazia o povo entoar a conhecidíssima música religiosa: “HOSANA! HOSANA! HOSANA! HOSANA! HOSANA NAS ALTURAS!... ”. Então, repentinamente, ele avistou no meio do carreiro que a procissão percorria um anfíbio, ou seja, um grande sapo. Ficou preocupado com o restante das pessoas que lhe seguiam, principalmente as mulheres e crianças, desejando que todos como ele desviassem do sapo. Então, sem interromper a procissão e o canto, ele em um relampejar teve a idéia e com voz firme cantou: ”HOSANA! HOSANA! HOSANA! HOSANA ... OLHAIA O SAPO...”. Para surpresa, todos entenderam o recado, a procissão continuou avançando, o canto não cessou e todos se desviaram do sapo. Não há como negar, o condutor da procissão foi célere e inteligente em solucionar o “problema do sapo” da procissão e do canto. Hoje em dia, certamente ele cantaria: “HOSANA! HOSANA! HOSANA! HOSANA! FICAR EM CASA...". No entanto, tenho confiança que logo cantará: HOSANA! HOSANA! HOSANA! HOSANA! PODEIS SAIR DE CASA...”.

Um pouco de humor não faz mal para ninguém, finalizo na vertente do canto: A PAZ ESTEJA COM TODOS.