O RIBEIRINHO CURIOSO

No início de uma tarde quente de verão, um morador ribeirinho, da alta e íngreme ribanceira do rio Guaribas avistou de longe quando dois casais lá distante chegaram de carro, e descendo a pé as barrancas da mesma margem foram à areia branca do leito do rio em um local um pouco mais deserto, deixando o automóvel no alto das barrancas de uma curva do rio. Os casais ficaram relativamente distantes um do outro, a cerca de cinquenta metros.

O curioso, astuto, arquitetou um plano, e para se aproximar e observar bem de perto, desceu da ribanceira e para lá se dirigiu disfarçadamente, e seguiu sempre acompanhando e margeando a correnteza do rio... E depois de caminhar sozinho cerca de trezentos metros, ao chegar lá perto do casal mais próximo, perguntou:

“Vocês viram um garotinho pescando, com um anzol por aqui? Ele saiu de casa cedo... Saiu para pescar de anzol... E ainda não voltou...”.

O homem, que se encontrava em leves e superficiais discussão e desentendimento com a sua companheira (mas sem nenhuma agressão física), imediata e raivosamente respondeu-lhe:

“Vi, não! Eu não vi ninguém, e pronto! Entendeu?! E caia fora!".

Talvez ele tenha percebido que era apenas mentira e disfarce daquele curioso senhor ainda relativamente jovem.

Diante daquela resposta com tamanhas grosseria e rispidez, que obteve e ali ouviu, aquele ribeirinho, assustado e com muito medo, dali afastou-se de repente e voltou caminhando apressado e sem dizer mais nada. E nem olhou para trás!

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 23/05/2022
Reeditado em 01/06/2022
Código do texto: T7522462
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