A PRECE DO SILÊNCIO

 


Pai, hoje mais do nunca, eu precisava
de um tempo meu, sem ruídos, silencioso,
para que a embarcação dos meus pensamentos
não vagasse nas trilhas-ruínas da escuridão
ou naufragasse, nas tormentas dos momentos.
Hoje calo o amor, meu sentimento precioso...

Que palavras fúteis ou envenenadas
nunca se derramem pela minha boca
e que também eu não as sinta ou ouça
de pessoas ambíguas ou mal intencionadas.
A vivência anda explosiva, meio louca,
nos ventos do engano a mentira balouça...

Que minha vaidade se quede e cale
e eu vista o manto da humildade,
que minh’alma seja alvorada mansa
e no percurso, para mim traçado exale
o perfume suave da igualdade,
o canto da oração, a fé... A esperança!

Que a soberba nunca me vença
ou as pedras ocultas no caminho.
Que esse meu silêncio a Ti pertença!
Que meu olhar seja de luz presente
e desvende sem vendas Tuas graças!
Que nesse espaço, sublime e silente
eu me reencontre, em Tua presença!

Que na prece do silêncio eu aprenda e, fortalecida
em qualquer ocasião ou estação, possa enfim entoar,
a harmoniosa composição da vida!

 

21/05/2009

 

 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 12/07/2009
Reeditado em 06/01/2013
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