A COR DA DOR
 

 

Com a chegada do homem branco
todo o chão Pindorama então mudou...
No silêncio da noite o açoite gritava!
O canto de liberdade assim desafinou...

Navios abarrotados, um povo chegava
para a nova terra... Cultura diferente,
raça de porte, forte... Escravizada foi,
conheceu o tronco, chibata, corrente!

Estigma estranho esse de olhar a pele,
não ver a alma... Vermelho sangue vertia,
capataz implacável não tinha respeito ou dó
e a cicatriz do corpo, em ferida mais se abria!

Longe dos seus, na senzala com cheiro de morte
o bravo resistia... Dizia orgulhoso: - Sou negro, sim senhor!
Podem retalhar minha carne com escárnio... Tenho identidade,
mesmo que agrilhoada... Um dia, entenderão a dor da minha cor!


07/05/2011


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 18/05/2011
Reeditado em 05/01/2013
Código do texto: T2978346
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