O CONTO DE WHARLA

Conta-se uma antiga história sobre um jovem garoto, que apaixonado por uma bela menina de cabelos escuros e olhos profundos decidiu que não queria viver sem ela pelo resto da sua vida. Os dois viveram em época remota, na antiga Europa. Nesse tempo a escrita ainda não havia sido desenvolvida e a escrita ainda não havia sido consolidada entre os homens daquele tempo. Era filho de grande chefe de aldeões e a jovem pertencia a uma família mais abastada. O nome da jovem era Wharla e ele, Urich. Ele treinava para ser um grande guerreiro; Ela, uma futura sacerdotisa. Naquele lugar onde os pinheiros em época que hoje comemoramos o Natal, eram mais vívidos e grandes, deu-se a noticia que um poderoso exército se aproximava para tomar as pacíficas de Odin. Digo esse nome, pois aquela região hoje se chama Dinamarca, terra dos antigos de poderosos Vinkings. Com o aviso dos mensageiros, Urich foi informado que deveria se unir ao seu pai na luta contra os invasores. Ele, tão Jovem aprendeu cedo o preço de uma perda, pois sua mãe havia sido acometida por desconhecida doença, falecendo lenta e inevitavelmente. Via nos olhos da jovem uma aura de brilho diferente que se fazia quase imperceptível aos olhos dos mais atentos, mas seu ímpeto de vida o fazia ter uma perspicácia capaz de perceber esse fenômeno. Ela dotada de beleza incomum sabia que era diferente das demais jovens, mas não era esnobe, nem tão pouco fria. No seu coração batia algo de divino. Era bondosa com todos que se aproximavam de sua pessoa, seja para falar de trabalhos referentes ao sacerdócio, família e amizades. Diziam que ela seria a maior sacerdotisa daquele tempo. Ao saber da invasão que logo ao passo de quatro dias, sentiu um grande pesar em sua vida. Ate então havia sido testada em vários trabalhos, mas via que as pessoas que amava poderiam morrer, como de fato muitos morreriam depois no evento. Argler, o pai de Urich, o direcionou para ser um guarda do corpo segurança dos iniciados sacerdotais. Notado pela sua coragem e lealdade foi apresentado aos pais de Wharla. A mãe, Niar, sacerdotisa e o pai, Ruven, parceiro de Argler em suas andanças e atitudes de chefe de aldeia. Falaram-lhe:

Ruven:

-Bem vindo, filho de Argler, grande homem entre os filhos de Odin.

Urich:

-Fico honrado em servir aos amigos de meu caríssimo pai.

Niar:

-Temos uma tarefa que com certeza não será difícil para um guerreiro tão nobre e corajoso.

Urich:

-E mesmo que possa se tornar, não vacilarei, assim eu lhes juro.

Ruven:

-Deve ajudar ao grupo de jovens sacerdotes da aldeia. Os levará para um lugar seguro no momento que tiveres noticias de baixas entre nossos homens. Seu pai, com certeza lhe falou disso e sei que em seu ímpeto com certeza gostaria de estar entre os que vão ao combate. Mas te direcionamos esta missão pelo fato de conheceres os caminhos estreitos em direção as montanhas ate o outro lado onde o rei Ulgkar os protegerá, logo ao saber se os deuses nos deram a derrota por estas terras.

Urich:

-Também gostaria de estar entre os que vão morrer na batalha. Meu coração queima de fúria em relação aos que intentam tal artimanha. Mas sei que minha missão se torna mais importante, se é para mantermos os nossos sagrados rituais.

Niar:

-Grande jovem. Aprendeu cedo e agora já é um dos nossos melhores guerreiros. Apresentarei-lhe minha filha, e você vai fazer de tudo para que ela não seja levada pelas valkírias, entendeu?

Terminando a frase com belo sorriso, Niar levou Urich aos aposentos de Wharla, que havia se ausentado por instantes, pois tinha ido ajudar a amiga no treinamento sacerdotal. Enquanto Niar lhe orientava a respeito sobre as responsabilidades de uma sacerdotisa, olhando os belos objetos de arte espalhados pela sala principal, Wharla os olhava sem que a percebessem, pois estavam de costas para a entrada do recinto. Surpresa de sua mãe, ao ver que ela já se encontrara ali durante alguns instantes silenciosamente aos analisar. Ela se aproximou dos dois e fez reverencia a genitora e ao jovem guerreiro. Seus delicados movimentos o encantavam há muito tempo, mas este, sempre tímido não tomava nenhuma atitude em relação á sua paixão secreta. Era quase inumana a importância que Urich dava a jovem, pois sempre sentiu aquilo que a diferenciava entre as outras jovens. Algo etéreo, mas palpável aos sentimentos.

Wharla:

-Abençoado seja Urich, pela ingrata missão que agora lhe cabe o peso das responsabilidades de guerreiro.

Urich:

-De fato são dias difíceis, jovem sacerdotisa, mas estarei aqui para cumprir minha parte nessa grande chance provar meu valor a Odin.

Wharla:

-Fico honrada com a consideração de sua parte nobre guerreiro, embora ainda não possua tal titulo.

A voz de Wharla era a lira encantada para o jovem Urich, e daí em diante, pelo pequeno espaço de tempo entre a paz da aldeia e a chegada da batalha,eles conheceram-se melhor. Ele cada vez mais ratificava a exatidão dos seus sentimentos em relação a jovem. Ela aos poucos descobrir que existia algo em que ele a fortalecia. Mesmo com gestos belicistas, Urich devotava-se de maneira especial a sua pessoa e parecia esconder algo presumível a sua percepção, mas ao mesmo tempo via a responsabilidade de ser seu guardião.

O aviso da chegada da grande batalha causava alvoroço entre os aldeões e estes começaram as primeiras atitudes de estratégia dos aldeões para depois das montanhas. Faltando dois dias para a chegada do exército inimigo, Urich sentia-se abatido ante a impossibilidade de participar do confronto, devotando-se ao seu digno pai. Olhava para todos os lados e via o fim. Pessoas se despedindo de seus familiares, que começavam a arregimentarem-se para o evento. Wharla também sentia a proximidade desse fim e sua responsabilidade parecia que lhe causava insegurança, pois não havia testemunhado conflitos em grande escala e as pessoas que a ouviam a consideravam uma sábia e a solução que saísse dos seus lábios seria a certa.

À noite, Urich olhava para o vazio do céu estrelado da fria noite daquelas terras. Ao dia havia se despedido de seu pai que então ia comandar o gripo de guerreiros para as linhas de conflito. Uma despedida sentida, mas não chorada. Seus olhos Estavam tão secos quanto sua alma e sabia que a chance de ver seu pai outra vez era mínima, já que as noticias sobre o numero do inimigo ser maior, lhe trazia indignação por não estar lá para proteger seu genitor. Nada o consolava naquele meio silencioso. Estava de vigília numa cabana afastada, onde a Wharla se encontrava e não percebeu que estava sendo observado pela bela dama que parecia sentir toda a dor de seu jovem coração. Silenciosamente aproximou-se dele e falou:

- Esta é a ultima noite á luz da lua.

Urich:

-Esta é a ultima noite vivo.

Wharla:

-Vai lutar com teu pai?

Urich:

-Sim vou levá-la a um lugar a seguro e de lá vou estar ao lado dele.

Wharla;

-E tens esse direito. Sabes bem o quanto vale uma vida, principalmente de um ser tão amado.

Urich:

-Não esta preocupada pelo fato de na estar com a senhora na jornada para além das montanhas?

Wharla:

-Estou preocupada em levar essas pessoas a um lugar seguro, mas me preocupo também com outros pesares.

Urich:

-Talvez meu pesar não seja tão grandes quanto pensas. Quero lutar com meu pai por quere bem a esta terra sagrada.

Wharla:

-E o que você sente pode lhe deixar mais vivo no momento ou existe algo que não podeis me falar.

Urich:

-Talvez existisse, mas acho que sou penitente ao meu ingrato dever.

A jovem dama se aproximou daquele rapaz. Ele sentia insegurança diante de tamanha afabilidade. Ela era radiante e tomou suas mãos com carinho de quem protege uma criança. Urich se desarmava a cada toque e suspiro, pois carinho era algo difícil naqueles tempos tão bárbaros. Ela aproximou seu rosto ao dele e sussurrou palavras desconhecidas e profundas que penetravam sua alma. Palavras que não ouviria depois de muito tempo, pois lhe falava de outras vidas. Era a pessoa que ela havia prometido Amor Eterno. E ali tudo se esclarecia. Eis em tempos pouco recentes chegou aos seus ouvidos, que da boca de Wharla saiam “maravilhas da alma”, diziam eles. Ele, extasiado era pequeno demais para tal graça, e ela o anjo áureo que se mostrava naquele momento a iluminar seu ser. Mas aquele momento era ímpar, pois ela sentia plenos sentimentos. Falou-lhe em segredo:

-Que desta vida não saia mais o que descobriu. Os demais não compreenderão. Saibas tu que te conheço e não é desta vida e não será a ultima em que nos encontramos. Tua jornada esta mesmo ao lado de teu genitor, pois te espera um caminho duro a ser enfrentado. Meu amado, eu jamais te deixei e Jamais te deixarei. Segue teu caminho as nuvens negras da incompreensão e não vacilai, pois as portas do erro são muitas, mas teu coração e tão forte e luminoso que há de te guiar mesmo nas maiores lutas,que são as de tua alma. E te não aflijas meu sagrado tesouro, Pois sou tua companheira, tua irmã e Amada e você igualmente á mim?

-O jovem guardião em êxtase falou coisas que somente os dois conheciam, pois eles eram mais antigos do que aqueles tempos em que se encontravam. Jurou que dela em diante, mesmo distante dela falaria coisas do coração á pessoas, de modo á iluminá-las sobre este sentimento tão profundo que ate hoje é tão mal compreendido, procurando lhe atentar sobre as “Maravilhas da Alma”. E lá, dentro daquela singela cabana tiveram a primeira e ultima noite de Amor daquela vida.

O que falaram depois ainda hoje é reflexo de seus sentimentos através da inspiração de artistas e apaixonados pelo mundo, e a cada dia estas palavras se refletem no “Eu Te Amo” dos amantes e pessoas que buscam á vida através deste sentimento. Sobre eles?Dizem registros secretos que nasceram outras vezes, cada um com seus respectivos papeis em suas existências. Podem ser simples anônimos ou pessoas unidas por grandes ideais. Separados em carne, unidos em sentimentos e espírito. E eles se encontraram nesta vida, onde viveram por mais alguns anos juntos, depois para se reencontrarem na Eternidade, ate que não precisem mais vir a este mundo e ficarem unidos para sempre. As almas mis belas desceram a este horbe para nos elevar ao sem fim deste zênite de nossa existência.Este sentimento é o Amor.

Aluísio Bórden
Enviado por Aluísio Bórden em 27/12/2008
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1355724
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