QUE SUSTO !!! II

QUE SUSTO!!! II

O dia estava exalando amor por todos os poros. O sol, reluzente e pleno, produzia sombras amenas e complacentes, que projetava sobre o casal sentado em animada conversação no banco daquela pracinha. A brisa sorria amores amainando a temperatura ambiente. E a folhagem da frondosa árvore, queimavam ciúmes do sol, sustentava-se nos dedos das mãos dos fortes e poderosos braços daquele gigante da natureza. E o amor, este brincava com as flores do flerte, com as palavras doces trocadas pelos dois jovens, revoando rasantes no ar quente da tarde.

Enquanto isso tu do acontecia, dois jovens (amigos) liam-se a alma em sábios estudos de amor. Mas ambos respeitavam os parâmetros que definiam os limites de uma bela amizade. Conheciam-se desde meninos e frequentaram o mesmo colégio e brincaram os ludos infantis. Depois ganharam em idade e corpo e desde a preadolescência seu convívio fora prejudicado pelos rumos da vida. Escolas superiores diferentes, mais tarde, lhes tolhiam esse prazer. Mas, como moravam no mesmo bairro, embora em ruas diversas, o acaso produzia-lhes a oportunidade do reencontro.

Mas quando isso acontecia, haviam tantas coisinhas miúdas a se revelarem que esses momentos tornavam-se efêmeros demais para se revelarem todas as sensações de alegria e de preocupação e dor que sentiram nos intervalos que separavam seus diálogos. Por esse motivo, os escassos momentos de interação emocional já lhes causavam saudade ainda nem esgotado seu tempo. Por isso atropelavam palavras e assuntos e riam rizinhos encantados e calavam, deixando instantes mútuos de silêncio para o diálogo de estudos da alma aos olhos.

O tempo passou rápido. A jovem, olhando seu reloginho de pulso, assustou-se novamente exclamando num sussurro:

– Nossa! Minha mãe está me esperando. Já deve estar preocupada. Vou nessa ... e soprando um beijinho miúdo sobre a palma aberta da sua mãozinha rosada, quase saiu correndo.

O moço consternado com a precoce separação, mal pode murmurar um “até breve”, embora o coração, querendo saltar-lhe fora do peito, gritasse ...

– Eu te amooooooooooooooooooooooooooo !

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 14/08/2010
Reeditado em 18/10/2010
Código do texto: T2437481
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