Vôo Inseguro

Analisando um mundo que também é meu, lágrimas correm por meus olhos. O que houve de errado no caminho que tracei?

Tomei minhas asas e cortei a pálida escuridão, lutando contra minhas tristezas. Minha pouca liberdade é iluminada por uma lua gélida e na noite refletida no espelho das águas, minha alma livrou-se de suas correntes, mas se perdeu em um coração.

Do outro lado daquele lago o desespero e a esperança dividem o mesmo rosto e não vejo face alguma senão a minha.

Se seu coração não estiver satisfeito, refaça aquela história infinita da sua vida. Mesmo eu não podendo refazer a minha, eu tento.

Neste mundo de vento afiado como lâminas, o que eu devo proteger? Quem devo proteger?

Quanto mais conheço a dor, mais me sinto insegura, mais desejo me esconder.

Existe uma falsa luz que está desaparecendo, a verdadeira luz está nascendo em olhos que não são meus e isto me assusta.

Este meu esforço através da noite irá criar a nova melodia do meu coração machucado, quero ir em direção do que mais quero, mas eu não sei onde encontrá-lo.

Com minhas asas quero sair logo daqui, entretanto, num vôo pesado o que fiz foi mergulhar nas águas escuras. As asas se encolheram, o ar foi expelido de meus pulmões que logo foram absortos pela água fria. Meu coração logo parou. Eu queria ter visto você no fundo daquele lago de braços abertos me esperando.

Viajante Ls
Enviado por Viajante Ls em 29/10/2010
Reeditado em 18/02/2014
Código do texto: T2586105
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