Simplesmente amor

Simplesmente, Amor

David estava à beira, mesmo à beirinha, de comemorar 53 anos e sentia-me como uma criança de dez ou menos idade à espera que chegue o seu dia de fazer anos para poder receber muitas prendas.

É verdade,David sentia-se assim e deu consigo a recordar aqueles anos atrás, muitos anos atrás, em que vivia a suspirar pelo dia de aniversário, só que nessa altura suspirava por esse dia porque sabia que o mesmo significava receber uma prenda.

David aprendera que as prendas não poderiam ser nada de extravagante, eram outros os tempos, eram outras as dificuldades, grandes, que os seus pais sentiam para criar cinco filhos, mas podia garantir que mesmo sem ser nada de extravagante para outros, para ele, todas essas prendas eram algo de extraordinário.

Os tempos mudaram, hoje em dia toda a gente era rica, os presentes de aniversário se não fossem mesmo algo de extravagante já não seriam valorizados pelos filhos, mesmo que significassem um esforço enorme e elevadíssimo para os pais. Infelizmente, David já não tinha pais, quase nem tinha família, o tempo levara-lhe os mais queridos e a ganancia aniquilara uma significativa parte dos restantes laços familiares, tantas vezes vira suceder isso noutras famílias e sempre temera a realidade que agora lhe ia entristecendo a sua vida.

Agora, ali estava à beira de cumprir 53 anos, isto é, já devia ter idade para ter juízo, segundo alguns, ele próprio concordava com esses moralistas que se fartam de apregoar aquela moral que é a luz condutora de uma certa paz, segundo eles, pura hipocrisia, segundo ele, que há entre as famílias.

Olhava para trás e o que é que via da sua própria vida?

Via um homem que sempre espalhara o amor na terra, o seu pai. Via outro homem que sempre fora um joguete nas mãos de outros, ele próprio, e via uma jovem que sempre tentara fazer a ponte entre esses dois homens, a sua própria filha.

Sentia-se revoltado, que abdicasse da sua vida, ninguém tinha nada a ver com isso, mas que ele abdicasse dos direitos da sua flha é que já era diferente.

Mas, ah como a vida é uma verdadeira caixinha de surpresas, eis que surgira alguém que iria alterar tudo aquilo, mas o mais curioso é que ele nada irá fazer para que tal acontecesse, é verdade, alguém iria entrar na sua vida e mostrar-lhe um outro lado da vida, mostra-lhe a beleza de amar e ser amado, sem lhe exigir nada em troca.

David recorda as primeiras palavras desse alguém tão especial:

“David, todo tu és tranquilidade, sinto felicidade só de olhar para ti.”

David sabe que este alguém, que o pediu em casamento, somente por amor, entrou na sua vida para lhe mostrar que há sempre alguém disponível para iluminar o caminho daqueles que vivem a espalhar o bem..

David estava à beira, mesmo à beirinha, de completar 52 anos, e era um homem feliz, tinha uma filha a quem amava, e que o amava, tinha uma mulher que era a luz da sua vida, uma mulher por quem, não era pura conversa, daria a sua própria vida, uma filha e uma mulher que tinham conseguido dar vida ao que de melhor havia naquele homem que era ele, o amor.

David compreendia agora porque sempre olhara o futuro com esperança, nunca, ao longo dos seus quase 53 anos, perdera essa esperança, afinal ele sabia que ainda lhe estava reservado poder viver e testemunhar um amor como aquele que sua esposa e filha me davam, algo que valia toda uma vida.

Estava à beira, mesmo à beirinha, de comemorar 53 anos, e só lhe apetecia gritar:

“Obrigado meus Anjos.”

Moral: Acreditem que há sempre uma razão para viver . O Amor

Francis Raposo Ferreira

FrancisFerreira
Enviado por FrancisFerreira em 05/07/2011
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