Rindo. E indo.

Embora eu quisesse muito o contrário, minhas hipóteses e suposições se confirmaram. Você mostrou que era exatamente quem eu pensava. Ponto para o meu sexto sentido ao qual devo agradecer. Do qual às vezes até sinto raiva, porque ele não se engana. Ele não me engana. Quando a última cartada foi dada, meu primeiro impulso foi respirar fundo e esperar pela decepção e tristeza que pensei que me atingiriam com um golpe duro e frio. Mas elas vão vieram.

Depois de tantas falhas, de tantos erros expostos, dispostos, descobertos mesmo que os quisesse encobertos, eu já estava anestesiada. No entanto, contudo, porém, dessa vez foi diferente. A fina linha que ainda queria manter-se presa a uma ideia de que você mostraria ser diferente, arrebentou. A paciência esgotou. A essência desbotou. Meu coração sequer acelerou. Também não murchou.

Entendi, finalmente, de uma vez por todas, tarde mas não demais, cedo mas nem tanto, que você jamais seria o que eu queria. O que eu esperava. Que eu imaginava. Que eu precisava que fosse. Que você era exatamente o que exibia. Que era um livro que só tinha capa. Não tinha conteúdo, não tinha histórias. Nem queria criá-las.

Abri mão de ti com tanta facilidade nesse felizmente fim que não entendo porque não tinha feito isso antes. Mas acho que é como dizem: cada coisa a seu tempo. No tempo certo, ao invés de me chatear, eu dei risada. E continuo rindo. E indo. Pra longe de ti.

Instagram: aquiloqueeununcafalei

Milena Farias
Enviado por Milena Farias em 14/06/2017
Código do texto: T6027636
Classificação de conteúdo: seguro