Não preciso. Mas quero.

Me divido entre estar angustiada com a sensação de vazio que, por vezes incomoda e, em outros momentos, é alívio. Quando sinto demais e isso magoa, decepciona, gostaria de poder não sentir. Queria poder não ser mais decepcionada. Poder escolher por quem sentir, sem correr o risco de me perceber errada. Enganada. Gostaria de poder não sentir por quem não vale o tempo entregue, dedicado. Não sentir por quem é incapaz da reciprocidade que quero. Da reciprocidade que preciso. Não sentir por quem não sabe retribuir. Por quem não quer se entregar. Não quer, por inteiro, participar.

Por quem não pretende ficar. Não tem interesse em se entregar. Preciso de alguém que queira tentar. Arriscar. Cultivar. Cuidar. E sei que, por mais que a parte relutante seja forte, continuarei aguardando. Não contarei os dias, não ficarei ansiosa nem deixarei de fazer algo por causa dessa espera. Esperarei sem parar no tempo, pois não é algo de que eu precise, é apenas algo que acho que quero. Que seria bom experimentar. Desde que eu sinta que possa confiar.

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Milena Farias
Enviado por Milena Farias em 30/07/2017
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