MINHA VELHA JUVENTUDE

Diante da insistência da moça em fazer-se amada pronunciou as palavras que anos depois havê-lo-iam de ferozmente persegui-lo tal qual agora mesmo as vociferava:

— Minha jovem, tu não tens idade para entender minhas palavras, quer queiras ou não, entrarão num ouvido e sairão pelo outro. Vai-te à procura dos que, não me entendendo, haverão de entendê-la e deixa em paz minhas palavras que são para os corações selvagens!

Proclamava ranzinzando sem realmente o dizer que estava velho. E a perdia.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 09/05/2018
Reeditado em 09/05/2022
Código do texto: T6331826
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