DESDE SEMPRE

Ela fala com os olhos e com o sorriso, bela por dentro e por fora. Sabe seduzir só com a sua risada, nada mais. Permite-se viajar sem sair do lugar, fone de ouvido e um livro lhe bastam. Tem hora que se vê solitária, perdida em seus pensamentos malucos, querendo ser a Natasha da música do Capital Inicial. Vive um dia de cada vez. Acreditar no amor? Humm... Acredita até demais, tanto que foi muito longe um dia, mas aprendeu a lição, e, hoje prova que é um mulherão.

Ela escreve numa coluna que tem como objetivo apresentar o lado poético do mundo. Passa noites e noites escrevendo, lutando pro seu trabalho ser mais que reconhecido. A alma dessa colunista é repleta de palavras que têm urgência serem postas pra fora, então ela não perde tempo, põe seu dom de escrever em prática a cada dia... Ou melhor, a cada noite. A lua e as estrelas nunca perdem a companhia dela. Só que, de uns tempos pra cá, ela tem recebido cartas e poemas de um admirador secreto e está curiosa pra saber quem é esse poeta.

Essa é a Ana Clara: forte, acha força e fé de onde não há pra realizar seus sonhos e continuar sendo ela mesma.

Ele é diferente dos outros homens em geral, que querem ser o gostoso e só pensam em sexo (não que ele não tenha essa necessidade humana). É um homem apaixonado e sossegado. Ele tem uma beleza extraordinária, sorriso discreto, barba bem cuidada, olhos negros e que brilham que mostram que ali tem um coração cheio de amor. Corpo saradinho, mas no interior dele existe uma alma repleta de luz. Sim, ele possui defeitos.

Seu grande dom é ser um poeta em segredo, escreve cartas e poemas revelando seu inexplicável amor por Ana Clara, mulher que é um Anjo aos seus olhos. Além de poeta, tem uma profissão que exige muita dedicação, mas que, ajuda nas entregas das cartas pro seu amor.

Esse é Vitor: o apaixonado, que, se esconde atrás de outra personalidade pra não ficar longe de Ana Clara.

Ana Clara e Vitor... São patroa e cuidador. Ele tem o prazer de cuidar da sua amada, banhá-la, mantê-la segura... Linda (o que aos seus olhos é fácil demais). Ana Clara é cadeirante, teve Paralisia Cerebral quando bebê.

Quando está com ela, Vitor conta que é um pegador de carteirinha, que leva várias mulheres pro motel todos os finais de semana. A faz soltar belas risadas e fica a admirando. Não sabendo que as cartas já estão sendo investigadas e sem esperar, seu segredo é descoberto.

Sete da manhã, Vitor entra no quarto de Ana Clara com a certeza que está dormindo profundamente, mas pro seu engano, ela abre os olhos castanhos e o vê tentando pôr a carta embaixo do travesseiro.

— Você? — Ana Clara pergunta.

Ele procura respostas, mas encontra um meio de responder: Vitor se inclina ao corpo da sua amada, a beija sem medo, sentindo seus hábitos se misturarem, as suas mãos o puxando pra perto de si.... E assim, Ana Clara e Vitor se entregam a esse amor e descobrem que se amam perdidamente desde sempre.

Mary Rocha II
Enviado por Mary Rocha II em 22/07/2018
Código do texto: T6396621
Classificação de conteúdo: seguro