A última ligação
Depois de um longo e agitado dia, ele chegou em casa. Tirou os sapatos, tirou as roupas e foi pro chuveiro. Tomou um longo e relaxante banho e depois saiu.
Chegou no quarto, trocou de roupa e ao abrir a gaveta do criado mudo, se deparou com um objeto que instantaneamente lhe fez sentir uma pontada no estômago. Uma foto deles. Foi o suficiente para fazê-lo chorar. Engraçado, homens não choram por amor. Pelo menos é isso que dizem.
Havia se passado um mês desde que ele e Lucy haviam terminado.
Aquele mês não foi difícil. Ele saiu com amigos, curtiu várias festas, beijou tantas outras bocas e em nenhum momento sentiu saudades mas, por quê isso agora? Ele se perguntava em meio as lágrimas que insistiam em cair.
Num impulso ele pegou o celular e digitou o número- que sabia de cor- rapidamente. Chamava, chamava mas ninguém respondia do outro lado. De repente, uma voz respondeu, era a secretária eletrônica. Ele desligou decepcionado.
Naquela noite não queria sair. Estava muito mal pra fingir estabilidade.
Apagou as luzes do quarto e começou a lembrar da última briga, das frases, das lágrimas e das terríveis palavras: acabou tudo!
Respirou fundo. Lembrou de quando os amigos contaram que Lucy estava mal, que não comia e não queria ver ninguém desde o término, enquanto ele insistia em dizer que foi escolha dela. Que não tinha nada a ver e que não perderia o tempo sofrendo.
Ele sabia como estava errado. E finalmente se deu conta que ela havia superado, enquanto ele, estava apenas começando a sofrer com tanta saudade.
Mais uma vez, tentou ligar. Ele só queria dizer que sentia muito, que ainda a amava. Tarde demais!
Desligou o celular. Era a última ligação. Aquele era o fim de um grande amor.