Lindas Lembranças
Morávamos numa cidade do interior, parecia um fazendão, mas não era. Antes aquele lugar, pertencia ás Forças Aéreas. Era um campo de pouso e treinamentos para pilotos de aviões, certamente tinha um hangar, mas eu não alcancei esse tempo. Depois, não sei porque, o lugar foi loteado, e hoje é uma cidade moderna. Só que no tempo que eu era criança, aquele lugar ainda parecia uma fazenda, tinha até vacaria! Era por isso que tinham poucas professoras e estudamos com uma só por três anos, e os alunos eram os mesmos na classe ano após ano. E hoje lá tem muitas ruas com nomes de aviadores famosos.
Eu estava na escola, nove aninhos apenas. No meu tempo de criança, essas eram muito inocentes, devido a criação que era muito rigorosa. Um País cristão, onde Deus era tido como um pai ameaçador, que vivia com uma chibata nas mãos e castigava seus filhos a tempo e á hora, como dizia minha vó Branquinha, (apelido da vovó, rsrs)
Eu sempre fui uma criança bem á frente do meu tempo. As vezes costumo dizer que nascí no tempo errado, creio que na hora do Papai do Céu liberar alguém, eu furei a fila e vim pra ver logo como era tudo por aqui kkkk.
Bem, voltando aos Meus Nove Anos, na escola, comportamento registrado no boletim, 100. Notas boas, enfim, tudo dentro dos conformes, “QUASE”, rsrs;
Vou explicar: meus pais eram rigorosos e a palavra reinante lá em casa era, “NÃO”!
Não pode sorrir alto e muito menos gargalhar, isso era procedimento de mulher á toa.
Nessa idade eu nem sabia o que era mulher á toa.
Não pode sentar e cruzar as pernas, pelo mesmo motivo que mencionei acima, não pode ter colegas. Não QUERO COLEGAS AQUI, NEM MULHER, QUE DIRÁ COLEGAS HOMENS, (esbravejava meu pai) Sabem, era tanto não, que até hoje eu detesto essa palavra. E SE EU SOUBER QUE QUALQUER UMA DE VOCES (eu e minha irmã depois de mim) TEM NAMORADO, AÍ O MEU CINTURÃO CANTA NO COURO (SURRA).
Mas como diz o “deitado”, kkkk D.I.T.A.D.O, “Tudo o que é proibido é mais gostoso” e essa ultima ordenança eu só cumpri pela metade rsrs, pura verdade.
Aos Nove Anos, eu estava numa classe mista e, eu era muito esperta, observadora, mas quieta no meu canto, tinha vontade de brincar, correr e aproveitava o recreio para fazer o que em casa era proibido. Foi nessa época que notei no meio de tantos garotos, um moreno claro, olhos e, cabelos pretos cacheados e, que olhava muito pra mim. inclusive ele morava a poucas casas perto da minha, na mesma rua. Sentávamos perto na classe, ele na fileira do canto, eu na do meio, ele um pouco á minha frente de modo que ele se virava um pouco pra me olhar e eu só levantava os olhos, nem mexia com a cabeça. Embora eu não conversasse com garoto nenhum (ordens do meu pai) não sei qual o motivo daquele garoto me olhar daquele jeito, não com olhares maliciosos, mas com muita ternura, a ponto de chamar minha atenção e despertar em mim um sentimento que eu não entendia, mas que me deixava alegre, absorta, e outras sensações, mas eram puras, sem malicia!
Quando notei o olhar dele pra mim, no começo eu disfarçava e virava o rosto para outro lado, mas depois de alguns segundos, eu olhava na direção do garoto, ele ainda estava com o olhar fixo em mim.
Ele na época tinha 11 anos.
Fui ficando perturbada com aquela situação, mas no meu íntimo era muito bom. Porém, algo dentro de mim, me recriminava.
Sabe aquele negocio de um anjinho e um capeta na cabeça da pessoa, um diz: você está certa e, o outro diz: você está errada. Você ainda é criança, seu pai vai te bater... daí, outro pensamento: que nada, seu pai não precisa saber. Mas saber o que? Não estava acontecendo nada! Meu pai nunca soube, mas minha mãe desconfiava, porque eu sabia quando o garoto ia comprar pão e eu o esperava na janela, até ve-lo passar e de vez em quando ele arriscava me jogar um beijo.
Passou o ano todo, no começo do outro ano, lá estávamos nós na mesma classe, mesma professora e vamos estudar. Tudo continua do mesmo jeito, nem uma palavra, nem um bilhetinho que é isso que os pré, e os adolescentes fazem, mas eu e ele ficamos somente nos olhares, agora eu não mais evitava. Nos olhávamos nos olhos por alguns segundos e virávamos cada qual para o outro lado pra ninguém notar, mas eu evitava ao máximo. Como eu não podia sair de casa, a não ser para a escola, para a igreja e sempre acompanhada da minha mãe, ou, minha vó e aí, ele teve uma ideia, (imagino) sempre, ele reunia os garotos da vizinhança que eram quase todos da nossa classe, e vinha brincar num campo de futebol que tinha atrás da minha casa, e como não tinha muro, nós nos víamos através da cerca de madeira. Inda lembro os nomes e os apelidos da galera.
Chegar perto? Nem pensar, eu não estava doida!
Outro ano letivo e, mais uma vez os alunos quase todos juntos, mas dessa vez era um professor.
As meninas se pondo moças e os meninos rapazes adolescentes. Era uma farra, as meninas paqueravam o professor, o padre que dava aula de religião (mas também o padre era um pitéu, com todo respeito rsrs) porém, eu só tinha olhos para o moreno que já estava engrossando a voz, pegando um corpo mais másculo e eu por minha vez também, me tornando uma mocinha, com todos os atrativos com que a natureza nos presenteia.
Desde quando me lembro, nunca o vi com namorada e as coleguinhas uma vez me disseram que ele dizia a todos que eu era a namorada dele, mas nunca namoramos. Nessas alturas da historia, eu me fechei no meu casulo e quando raramente eu o via, fazia de conta que não o conhecia
Pra encurtar a conversa, o meu pai resolveu que iriamos nos mudar para outro bairro e nos perdemos de vista.
Nesse outro lugar, eu já estava com 13 anos, e conheci o jovem que iria ser meu esposo, só que eu não sabia, é óbvio, rsrs! Mas essa é outra historia também é interessante. Para concluir sobre o Moreno claro, cujas iniciais do seu nome eram as mesmas minhas, só não vou citar aqui,
com ele nunca namorei pra valer, ele nunca encostou as mãos em mim. Lá no outro bairro, depois de alguns anos me casei com o meu esposo estamos juntos Graças a Deus. Meu esposo foi meu primeiro namorado. Depois eu soube que o moreno casou-se também e, tinha dois filhos. A uns seis anos atrás eu soube que ele morreu de infarto, fiquei triste na hora, mas passou logo, rsrs.
Morávamos numa cidade do interior, parecia um fazendão, mas não era. Antes aquele lugar, pertencia ás Forças Aéreas. Era um campo de pouso e treinamentos para pilotos de aviões, certamente tinha um hangar, mas eu não alcancei esse tempo. Depois, não sei porque, o lugar foi loteado, e hoje é uma cidade moderna. Só que no tempo que eu era criança, aquele lugar ainda parecia uma fazenda, tinha até vacaria! Era por isso que tinham poucas professoras e estudamos com uma só por três anos, e os alunos eram os mesmos na classe ano após ano. E hoje lá tem muitas ruas com nomes de aviadores famosos.
Eu estava na escola, nove aninhos apenas. No meu tempo de criança, essas eram muito inocentes, devido a criação que era muito rigorosa. Um País cristão, onde Deus era tido como um pai ameaçador, que vivia com uma chibata nas mãos e castigava seus filhos a tempo e á hora, como dizia minha vó Branquinha, (apelido da vovó, rsrs)
Eu sempre fui uma criança bem á frente do meu tempo. As vezes costumo dizer que nascí no tempo errado, creio que na hora do Papai do Céu liberar alguém, eu furei a fila e vim pra ver logo como era tudo por aqui kkkk.
Bem, voltando aos Meus Nove Anos, na escola, comportamento registrado no boletim, 100. Notas boas, enfim, tudo dentro dos conformes, “QUASE”, rsrs;
Vou explicar: meus pais eram rigorosos e a palavra reinante lá em casa era, “NÃO”!
Não pode sorrir alto e muito menos gargalhar, isso era procedimento de mulher á toa.
Nessa idade eu nem sabia o que era mulher á toa.
Não pode sentar e cruzar as pernas, pelo mesmo motivo que mencionei acima, não pode ter colegas. Não QUERO COLEGAS AQUI, NEM MULHER, QUE DIRÁ COLEGAS HOMENS, (esbravejava meu pai) Sabem, era tanto não, que até hoje eu detesto essa palavra. E SE EU SOUBER QUE QUALQUER UMA DE VOCES (eu e minha irmã depois de mim) TEM NAMORADO, AÍ O MEU CINTURÃO CANTA NO COURO (SURRA).
Mas como diz o “deitado”, kkkk D.I.T.A.D.O, “Tudo o que é proibido é mais gostoso” e essa ultima ordenança eu só cumpri pela metade rsrs, pura verdade.
Aos Nove Anos, eu estava numa classe mista e, eu era muito esperta, observadora, mas quieta no meu canto, tinha vontade de brincar, correr e aproveitava o recreio para fazer o que em casa era proibido. Foi nessa época que notei no meio de tantos garotos, um moreno claro, olhos e, cabelos pretos cacheados e, que olhava muito pra mim. inclusive ele morava a poucas casas perto da minha, na mesma rua. Sentávamos perto na classe, ele na fileira do canto, eu na do meio, ele um pouco á minha frente de modo que ele se virava um pouco pra me olhar e eu só levantava os olhos, nem mexia com a cabeça. Embora eu não conversasse com garoto nenhum (ordens do meu pai) não sei qual o motivo daquele garoto me olhar daquele jeito, não com olhares maliciosos, mas com muita ternura, a ponto de chamar minha atenção e despertar em mim um sentimento que eu não entendia, mas que me deixava alegre, absorta, e outras sensações, mas eram puras, sem malicia!
Quando notei o olhar dele pra mim, no começo eu disfarçava e virava o rosto para outro lado, mas depois de alguns segundos, eu olhava na direção do garoto, ele ainda estava com o olhar fixo em mim.
Ele na época tinha 11 anos.
Fui ficando perturbada com aquela situação, mas no meu íntimo era muito bom. Porém, algo dentro de mim, me recriminava.
Sabe aquele negocio de um anjinho e um capeta na cabeça da pessoa, um diz: você está certa e, o outro diz: você está errada. Você ainda é criança, seu pai vai te bater... daí, outro pensamento: que nada, seu pai não precisa saber. Mas saber o que? Não estava acontecendo nada! Meu pai nunca soube, mas minha mãe desconfiava, porque eu sabia quando o garoto ia comprar pão e eu o esperava na janela, até ve-lo passar e de vez em quando ele arriscava me jogar um beijo.
Passou o ano todo, no começo do outro ano, lá estávamos nós na mesma classe, mesma professora e vamos estudar. Tudo continua do mesmo jeito, nem uma palavra, nem um bilhetinho que é isso que os pré, e os adolescentes fazem, mas eu e ele ficamos somente nos olhares, agora eu não mais evitava. Nos olhávamos nos olhos por alguns segundos e virávamos cada qual para o outro lado pra ninguém notar, mas eu evitava ao máximo. Como eu não podia sair de casa, a não ser para a escola, para a igreja e sempre acompanhada da minha mãe, ou, minha vó e aí, ele teve uma ideia, (imagino) sempre, ele reunia os garotos da vizinhança que eram quase todos da nossa classe, e vinha brincar num campo de futebol que tinha atrás da minha casa, e como não tinha muro, nós nos víamos através da cerca de madeira. Inda lembro os nomes e os apelidos da galera.
Chegar perto? Nem pensar, eu não estava doida!
Outro ano letivo e, mais uma vez os alunos quase todos juntos, mas dessa vez era um professor.
As meninas se pondo moças e os meninos rapazes adolescentes. Era uma farra, as meninas paqueravam o professor, o padre que dava aula de religião (mas também o padre era um pitéu, com todo respeito rsrs) porém, eu só tinha olhos para o moreno que já estava engrossando a voz, pegando um corpo mais másculo e eu por minha vez também, me tornando uma mocinha, com todos os atrativos com que a natureza nos presenteia.
Desde quando me lembro, nunca o vi com namorada e as coleguinhas uma vez me disseram que ele dizia a todos que eu era a namorada dele, mas nunca namoramos. Nessas alturas da historia, eu me fechei no meu casulo e quando raramente eu o via, fazia de conta que não o conhecia
Pra encurtar a conversa, o meu pai resolveu que iriamos nos mudar para outro bairro e nos perdemos de vista.
Nesse outro lugar, eu já estava com 13 anos, e conheci o jovem que iria ser meu esposo, só que eu não sabia, é óbvio, rsrs! Mas essa é outra historia também é interessante. Para concluir sobre o Moreno claro, cujas iniciais do seu nome eram as mesmas minhas, só não vou citar aqui,
com ele nunca namorei pra valer, ele nunca encostou as mãos em mim. Lá no outro bairro, depois de alguns anos me casei com o meu esposo estamos juntos Graças a Deus. Meu esposo foi meu primeiro namorado. Depois eu soube que o moreno casou-se também e, tinha dois filhos. A uns seis anos atrás eu soube que ele morreu de infarto, fiquei triste na hora, mas passou logo, rsrs.