Um acaso

Naquela ponte de madeira com tábuas velhas e algumas quebradas, esforçava-se pra chegar até ela em uma bicicleta roxa, já castigada pelo tempo.

Esforçava-se, mas não fazia força, pois seu dedo médio sangrava. Um inconveniente malicioso tentava impedi-lo de alcançá-la e arquitetava malícias para fazê-lo sangrar.

Até que à alcançou... Ele estava cheio de fome e cansaço e o malicioso lançou o prato com o alimento ao rio em forma de provocação. Enfurecido e motivado a resolver brutal e violentamente a situação, ela o salvou. Roubou-lhe um beijo dos lábios que o deixou atônito. Quando tentou indagar o ocorrido, rapidamente ela o pegou pela mão e disse:

“-Vamos embora daqui!”.

Mal sabia ele que ela estava constrangida, pois sofria assédio pela maioria dos que ali estavam, mas quando a viram na companhia dele, manifestaram respeito e pudor.

Mesmo confuso com tudo, tentando processar o acaso, sentia anseio da paixão no coração e a leveza do amor, na alma.