Uma história de Amor (para Monange)







                             Hoje já com o tempo bem avançado,resolvi contar aqui minha história de amor.
                             Sou a décima primeira filha de um casal que tiveram doze filhos,cada um deles têm a sua própria,vou falar da minha.

                        Desde pequena já me vi marcada pelas decepções na vida,porém, tudo me passava despercebido devido a idade que não levava nada a sério ou me importava com as coisas que eram impostas na época.                         No entanto, fui crescendo as coisas acontecendo no percurso natural da existência.Com apenas doze anos,comecei como toda garotinha do bairro, gostar de um menininho que também estava despertando para o amor aos seus 14 anos.
                     Vivíamos os mesmos sonhos,curtíamos os mesmos gostos musicais,tínhamos os mesmos ídolos nas músicas,em fim ,formávamos um par ideal.Não sabíamos que obstáculos terríveis se atravessaria entre nós causando tanto amargor, e nos fazendo superar as adversidades como verdadeiros atletas para burlar tantos empecilhos,vivemos aventuras que só nós mesmo sabemos.
                     Quis o destino que este menininho fosse criado por uma irmã de minha mãe,o motivo maior da oposição neste relacionamento,na época era comum estes romances,mas houve quase uma guerra para não vingar o namoro dos dois que cresciam com as mesmas
opiniões do início.Por considerar um certo parentesco,houve de tudo para destruir os sentimentos ,porém nada consegui dissipar o amor já firmado ,apesar de ter uma mãe geniosa e muito autoritária,este romance durou cinco anos.
                      Foram cinco anos que juntos pudemos descobrir mil maneiras de burlar toda a vigilância e nos encontrar as escondidas,eram encontros furtivos ,mas com um sabor inigualável de vitória. Recordo que certa tarde a minha mãe me incumbiu de fazer alguma compra para ela e assim que certifiquei que iria ,logo o informei e rapidamente pensamos em um encontro agora com possibilidade de ficar mais tempo juntos, e então fomos, aproveitando a distancia e que dependia de condução,para ir e vir e esta oferecia na época uma certa demora,fomos assistir o filme Dio come te Amo,o primeiro filme que assiste em um cinema em minha vida, claro ficou marcado para sempre em meu coração.
                  Cumpri com a obrigação que me havia sido ordenada ,embora tenha feito as compras, apanhei por ter chegado um pouco atrasada do horário por minha mãe determinado,sempre era assim ,tudo medido e cronometrado por ela.
                  Fui muitas vezes xingada ,amaldiçoada e até sendo preterida a um cachorro que havia em casa por ser mais importante que eu,tudo por causa do amor que nos unia,foram cinco anos de duras penas para nós.minha genitora sabendo ser impossível afastar as nossas vidas morando no mesmo bairro, resolveu mudar para outro estado na tentativa de apagar de vez os sentimentos em nossos corações,não sabendo ela que quando há amor verdadeiro ,nada pode dissipar ou destruir,apenas lança vidas ao sofrimento por falta de único amor puro, desinteressado e verdadeiro.Sendo ainda menor e não podendo, responder por meus atos, segui o rumo por ela traçado.
                                Ao chegar tudo era terrivelmente espantador,um lugar estranho, pessoas desconhecidas,muita poeira vermelha,ali passei horas, dias e meses de muita tristeza,solidão,pensando em como estaria o menino que ,agora já rapaz aos 19 anos estaria vivendo esta situação,  uma irmã que ficara morando no mesmo lugar me passava por missivas as notícias e que também ele ali estava sofrendo.
                              Ao decorrer de seis meses da minha mudança, recebo uma notícia que me tirou dos eixos, uma enfermidade temida na época teria infectado aquela pessoa querida então,resolvi juntar todas as minhas forças e parti para a luta em prol de ir visitá-lo em um hospital para aquela doença,confesso foi muito difícil ,mas consegui
            .Durante a longa viagem ,só imaginava o momento de vê-lo e elaborava mil, palavras para dizer quando lá chegasse, mas,ao nos depararmos frente a frente ,não posso esquecer jamais, ali naquele quarto do hospital não conseguimos falar uma só palavra tamanha fora a emoção,ficamos paralisados, as palavras sufocadas por lágrimas de alegria em estarmos juntos,foi tudo muito rápido no hospital as visitas são limitadas logo a hora passa e temos que nos despedir,esta fora a primeira visita ,era uma quinta feira ,mal controlava a espera do domingo para a próxima vista e agora com mais tempo para recordar nossas aventuras,assim seguiram os dias em minhas visitas durante o tempo que ali permaneci,e na última visita,imaginem, minha surpresa foi grande, ele estava pronto para ir para casa
               .Não esbocei qualquer reação apenas pegamos os seus pertences e seguimos para a casa dele, que seria preciso três conduções para chegar ao destino.Eu com apenas o dinheiro das minhas passagens, tive coragem bastante de enfrentar mais um desafio em minha vida. Neste episódio estávamos eu aos dezessete anos e ele aos dezenove,foi uma aventura muito inesperada ,enfrentar desafios que não havíamos tido ainda.
                    Foi uma verdadeira saga,, aproveitando ao oportunidade de estarmos apenas nós dois,não fomos direto para casa e sim aproveitar o nosso momento livre dos olhos dos familiares que tudo reprovavam.Lembro que ficamos sentados em um banco de uma pracinha ,inocentemente apenas recordando nossos encontros furtivos da infância,perdemos a noção do tempo quando olhamos já se passara longas horas e seguimos rumo a casa que havíamos de chegar
                  .Uma tarde e noite inesquecível.ali naquela banco recordamos todo nosso passado e o mais importante de tudo isso,naquele época não havia a libertinagem atual,fomos apenas namorados e nada acontecia além de beijinhos e abraços,tudo com muita pureza e decência
                  Sei que um grande amor nos unia e por esta razão grandes perseguições,disposta a não voltar mais para minha casa no outro estado ,fui por ali ficando, ,mas por ainda ser menor de idade,fui intimada a voltar por bem ou por ordem judicial aí,mais uma vez veio a separação
e desta para sempre. Fui me despedir e quanta tristeza,não podia ficar com ele e tão pouco levá-lo comigo,assim decidimos fazer um juramento que mesmo vivendo distante e sendo obrigados a viver com alguém que não fosse o verdadeiro amor, nunca deixaríamos de pensar um no outro,coisas de jovens dos anos 60,70.
                   Imagino existir até hoje este sentimento, pois sempre que possível um está procurando notícias do outro, isto só ocorre quando o sentimento mantém viva e acesa as chama de um amor infinito.
            As recordações daqueles dias vividos, das horas que passávamos por perigos de sermos flagrados, dos beijos apaixonados e inesquecíveis,a doçura da vida jovem que nós dois curtíamos,e tudo quanto ocorreu a nós dois durante aqueles cinco anos,me dá a certeza de que o nosso primeiro e único amor por ser puro ,respeitoso,desinteressado, sem maldades seja sim um amor eterno e inesquecível mesmo.Assim foi minha história de amor.
(Lbxavier)
31-08-2020




Escrevi este conto para um concurso da Monange e mexendo em meus guardados o encontrei e resolvi editar aqui no recanto.Fatos reais do meu viver.




Imagem do Google










 
Lindalva Borba
Enviado por Lindalva Borba em 31/08/2020
Reeditado em 31/08/2020
Código do texto: T7051200
Classificação de conteúdo: seguro