Mergulhando

Estava diante de um oceano e não sabia nadar. Suas águas cristalinas, sua brisa envolvente, suas ondas bravas.

Não me lembro ao certo de todos os detalhes, mas existem alguns que são impossíveis de esquecer. Aquele mergulho deu-me um frio na barriga, que parecia o inverno do Alasca e aquela ansiedade queimava tão ardente quanto o sol no deserto do Saara. Nos primeiros instantes lutei contra a maré, briguei com as ondas bravas, procurei a margem onde podia ter liberdade, mas desisti me permiti ser levada pelo oceano. Boiei na superfície, abri os olhos e percebi que não podia mais resistir e gostava da imensidão que me envolvia.

Depois de me sentir assim, tomei a liberdade de chamar aquelas ondas de amor. Nunca aprendi a nadar, por vezes ainda engulo litros e litros de água, procuro as margens, as ondas e eu brigamos, mas amo este mergulhar.

-S.Santos (SSA)