Costume de ti
Eu me acostumei com as nossas conversas diárias. Com seus bons dias cheios de “A”.
Você passava o dia me contando como as coisas estavam indo e o que você planejava fazer no fim de semana.
... Faz semanas que isso não acontece da mesma forma. Faz semanas que não conversamos o dia todo e minhas mensagens estão sendo mais ignoradas que o normal.
Eu sinto falta de tudo. Sinto falta de como as coisas eram. Foram. Estavam.
Se eu for pensar, essa é a hora em que deveríamos parar de conversar. Afinal, somos amigos virtuais apenas. Não somos próximos.
A gente não se vê. A gente não se abraça. A gente não se toca. A gente nada.
Mas eu não consigo sair. Ir embora. Eu me acostumei com a sua presença e fico feliz quando a notificação é sua.
Eu aceito esse pouco porque tenho a certeza de que do nosso nada é só isso que eu vou ter. Então, eu recebo esse pouco esperando até que algo, fora da gente, aconteça.
Outro dia você me perguntou se eu te amava e, se eu amava mesmo, por qual razão eu nunca falava nada.
Não falo porque dói. Dói dizer “eu te amo” para alguém que não te quer da mesma forma.
Dói te ver viver sem ter vontade que eu participe.
Dói cuidar de você sabendo que é só para isso que eu sirvo.
O meu “eu te amo” está em tudo isso. Em tudo o que eu faço por você. Em tudo o que eu aceito para te ter por perto.
Eu me acostumei a esconder, assim não precisaria falar.
Meu outro costume é chamar por você todas as noites antes de dormir e todas as manhãs antes de levantar. Eu te chamo sempre dento do meu peito.
Meu coração grita teu nome todos os dias, mas parece que o seu não quer ouvir.
Queria que esse fosse o seu costume. Me querer como eu te quero.