Além das Barreiras
Elas se encontraram no meio do caos. Não era para acontecer, não era esperado, mas, de alguma forma, foi inevitável. O mundo dizia que aquele amor não deveria existir, mas, quando estavam juntas, nada mais importava.
Desde o primeiro olhar, uma soube que a outra seria diferente de tudo o que já viveu. Uma completava a outra de um jeito que nem as palavras conseguiam descrever. O toque, os sorrisos e os silêncios compartilhados eram mais intensos do que qualquer promessa feita em voz alta.
Mas amar não era simples. Não para elas.
A cada despedida, a saudade rasgava o peito. Viver longe era insuportável, mas estar perto também significava perigo. A sociedade não aceitava, as famílias não compreendiam, e os olhares de julgamento eram como lâminas afiadas.
Ainda assim, elas nunca desistiram.
Viviam de pequenos momentos roubados, instantes em que o mundo lá fora não importava. Um abraço rápido no meio da rua, as mãos se tocando sob a mesa, a troca de olhares que dizia tudo o que não podiam dizer em voz alta.
— Eu não quero mais esconder o que sinto — disse uma delas, certa noite, enquanto segurava as mãos da outra com força.
— Então não vamos — respondeu a outra, com os olhos brilhando de coragem.
Elas sabiam que não seria fácil. Sabiam que enfrentar a sociedade significava perder pessoas, lugares e até um pouco de si mesmas. Mas também sabiam que viver sem esse amor seria morrer um pouco todos os dias.
Então lutaram. Foram rejeitadas, desacreditadas, enfrentaram o medo e a dor. Mas, ao mesmo tempo, encontraram força uma na outra. A cada barreira que o mundo colocava, o amor delas crescia mais forte.
No fim, descobriram que não precisavam de permissão para amar. Que o amor verdadeiro desafia regras, enfrenta tempestades e, acima de tudo, sobrevive.
E o delas, apesar de tudo, sempre encontrou um jeito de florescer.