A (in)Diferença dos Remos

Contrário da raça humana e peixes que morrem pela ânsia da gula, dizem que a Preguiça morre velha porque não sofre com a depressão ocasionada pela expectativa de trabalho, dinheiro, minhocas e amores.

Como não sou gente, nem peixe e nem Preguiça, tenho dois braços com duas mãos, duas pernas com dois pés e uma mente, entre duas orelhas, cobertas por um chumaço de cabelo e guiada por dois olhos, e são com eles que remo as minhas conquistas em travessias de mares procelosos.

Sol abrasivo no horizonte. Longínquo amparo dos sombreiros das copas dos arvoredos. Feito ave de rapina, o desânimo me espreita faminto. Abro o compasso nas águas e caminho. Um dia após outro, é o que está na boca de Deus...; e longe da inércia do povo, sigo; afinal, remar a abertura das águas da vida é uma tremenda aventura!

O puro sentimento de conquista é sempre o atracadouro do próximo porto; e nunca a solidão. Essas são as (in)Diferenças de quem (não) se (a)LIA: Liberdade, Independência, Autonomia.

Em cada bater de asas, noto o sorriso da liberdade voando. Em cada refeição amadurecida pelo sol, alimento que o compraz. Em cada galho de árvore, um pouso para aliviar a estafa. Em cada semente que semeio, germinam novas esperanças. Em cada regato de água cristalina e límpida, um banho refrescante em nome do revigoramento. E em cada pássaro canoro cantando livremente, encontro seus versos. Para compôr a letra da música "Vida bela, é vida simples e humilde", basta sensibilidade nos olhos e empatia no coração.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 06/12/2017
Reeditado em 17/12/2017
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