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A aventura, aconteceu por volta de 1986, entre o município de Araguapaz e Aruanã, Estado de Goiás. Na época, eu trabalhava na Agenfa ou Coletoria, como Agente Arrecadador, popularmente chamado de Jaime Coletor.
Tudo começou, quando fui convidado, para uma pescaria, num Lago, de aproximadamente 300.000 mts quadrados, dentro de uma Fazenda.
O gerente, que me convidou, trabalhava na Fazenda do Senhor José Feliciano (in memorian 2009), qual foi Prefeito de Goiânia e  Governador de Goiás.
A pescaria:
Fui pescar com dois amigos e levamos toda tralha, incluindo a canoa. Acampamos em frente ao grande lago, no meio da mata fechada, com apenas uma lona de cobertura e três colchões.
Pescamos o dia todo e já era noite, quando acendemos o lampião e ficamos conversando até a meia Noite, quando começou uma chuvinha fina.
Os peixes agitando a agua, outros bichos barulhando, mas de repente ouvimos uns urros ou esturros de onça, adentrando a mata, cada vez mais próximo. O lampião já com luz fraca, não intimidou o bicho e ele foi entrando na mata. Mas, logo ficou quieto, parou de urrar, talvez por ter avistado nosso veículo ou a luz do lampião, à sua frente.
Dizem que esse tipo de animal felino, tem medo de fogo. Com toda a tensão e medo, acabamos, perdendo a noite de sono. Foi terrível, pois, além da onça, nos assustar, havia muitos jacarés ali no lago.
Aí eu ficava pensando: Se cochilar, o bicho pega. Imagina um jacaré, nos arrastando para dentro do lago!... Graças a Deus amanheceu...
No outro dia, logo cedo, fomos à beira do lago, com facão, matar peixinhos traira e outros, para fazer isca para o peixe grande.
Naquele lago, vivia peixes, como: pirosca ou pirarucu ( hoje em extinção), que era o maior peixe do lago, com até 2 metros de comprimento.
Esse peixe, de grandes escamas, vai até na flor da água pra respirar. Também, havia pintados, jaraquis, mandubés, bicudas, bico de pato e outros.
E numa dessas andanças à beira do lago, quase fui surpreendido por uma Onça com filhotes. Provavelmente, a mesma que nos assustou naquela noite.
Vamos aos fatos: Já era noite, capturamos os peixinhos isca, pegamos um trieiro e voltávamos para o acampamento. O amigo da frente, com uma lanterna, eu e outro amigo atrás e de repente, tropecei num galho no chão e cai com óculos e tudo, daí não achava os óculos e não via nada, gritava... gritava... sai do trieiro perdido na mata. Mas, graças a Deus, os amigos voltaram e me encontraram, dai fomos dormir.
No outro dia, passando pelo mesmo trieiro, fiquei surpreendido, com o que vi; havia vários rastos de Onça e filhotes, na terra úmida. Provavelmente, fomos seguidos pelos bichos a noite toda.
Geralmente, quando uma onça está com filhotes, ela sente muita fome e caça qualquer ser vivo pela frente.
Em outra aventura de pescaria, próximo dalí, acampamos em um barranco de rio, dormindo em barracas individuais.
Olha!...quase cai de susto, quando vi uma cobra sucuri, sair de um buraco daquele barranco, indo pro rio. Se ela estivesse com fome, poderia ter capturado algum de nós. Ela morava ali, onde acampamos. Deveria ter uns cinco metros de comprimento.
Mas, o mais incrível, numa dessas pescarias nos lagos, foi quando,um amigo, de dentro da canoa, atirou num grande Jacaré, no meio de umas folhagens. Na canoa, estava eu e mais dois companheiros. O que atirou, me passou a espingarda e foi pegar o bicho, supostamente morto, debaixo da canoa;  Aí, a fera deu uma rabada na borda da canoa... caímos feio dentro do lago, com canoa e tudo.
Foi assustador.
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 22/12/2017
Reeditado em 05/03/2020
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